Política

Marques Mendes diz que 200 mil professores vão ser vacinados em dois fins de semana e que a vacina da Johnson & Johnson vai chegar em abril

Marques Mendes diz que 200 mil professores vão ser vacinados em dois fins de semana e que a vacina da Johnson & Johnson vai chegar em abril

No próximo fim de semana e no fim de semana a seguir à Páscoa as autarquias vão disponibilizar pavilhões para provar que é possível "vacinar em massa". A ideia é vacinar 200 mil professores nesses quatro dias, anunciou este domingo o comentador Luís Marques Mendes. Mais: a vacina da Johnson & Johnson vai chegar a Portugal na segunda quinzena de abril e vai permitir vacinar 1.250 mil pessoas em dois meses e meio

Marques Mendes diz que 200 mil professores vão ser vacinados em dois fins de semana e que a vacina da Johnson & Johnson vai chegar em abril

Rita Dinis

Jornalista

É uma experiência piloto que a task force de vacinação vai lançar e que servirá de ensaio para o futuro. Segundo o comentador político Luís Marques Mendes, no próximo fim de semana e no fim de semana a seguir à Páscoa vão ser vacinados cerca de 200 mil professores em pavilhões ou equipamentos similares disponibilizados pelas autarquias.

A ideia é fazer um primeiro ensaio de "vacinação em massa", para replicar depois no futuro com outras camadas da população, à medida que Portugal for recebendo novas tranches das vacinas encomendadas. "Esta é a primeira experiência de vacinação em massa, mas será um ensaio para repetir no futuro", anunciou Luís Marques Mendes no seu habitual espaço de comentário na SIC. "Só nestes dois fins de semana as autoridades esperam vacinar 200 mil pessoas ou mais", diria ainda.

Ainda sobre o plano de vacinação, o comentador e ex-líder do PSD lançou outra novidade: as primeiras doses da vacina da Johnson & Johnson vão chegar a Portugal na segunda quinzena de abril -- e vão fazer mais em menos tempo do que as outras três vacinas fizeram até aqui. Trata-se de um total de 1 milhão e 250 mil doses que vão chegar entre abril e junho. "É uma informação importantíssima: uma vez que desta vacina só é necessário tomar uma dose, isto significa que em dois meses e meio esta vacina, por si só, será responsável por vacinar 1 milhão e 250 mil portugueses, disse.

Notícias positivas numa altura em que ainda não é possível relaxar: "As consequências dos contactos desta semana só se vão sentir nos próximos dias", alertou o comentador, citando os números da incidência de novos casos e da taxa de transmissibilidade da última semana (que aumentou apenas ligeiramente de 0,83 para 0,89).

DGS foi "uma Maria vai com as outras"

Sobre a polémica da suspensão da vacina da AstraZeneca, Marques Mendes considera que a Comissão Europeia esteve mal em todo o processo e revelou "falta de liderança", "desorientação", "desespero", "incompetência", "irresponsabilidade" e "irracionalidade".

"A Comissão Europeia parecia uma barata tonta. Como é que a UE, que esteve tão bem este processo – com a compra conjunta das vacinas – rapidamente resvalou para a incompetência, a balbúrdia e a irresponsabilidade?", questionou, sublinhando que, numa altura em que todos se queixam da falta de vacinas (e quando o Reino Unido e os EUA ultrapassaram fortemente a UE na produção), a UE decidiu suspender uma vacina "sem qualquer fundamentação científica".

O mesmo para Portugal e a DGS. "As autoridades portuguesas andaram aos ziguezagues, a apanhar bonés", disse referindo-se aos avanços e recuos sobre a vacina da AstraZeneca. "As autoridades portuguesas comportam-se de acordo com aquela expressão popular 'Maria vai com as outras'", disse.

A esse propósito, Marques Mendes anunciou que vai haver um Conselho Europeu focado na vacinação nos próximos dias -- para resolver o "mal-estar, que é enorme" entre os vários países da União. "Estamos em guerra, devíamos mobilizar tudo para aumentar a produção", disse.

Medina candidato a PR em 2026?

Na política nacional, Marques Mendes elogiou a iniciativa do PSD e do PAN de levar os deputados a declarar, no registo de interesses, se pertencem à Maçonaria ou a outra organização "secreta". "Infelizmente há tabu a mais e escrutínio a menos", afirmou, sublinhando que o secretismo só gera suspeitas sobre "elevadores políticos e empresariais".

"Imagine-se um juiz que é da maçonaria e julga alguém que também pertence à maçonaria, ele deve obediência à lei ou à maçonaria?", questionou, apelando ao escrutínio e transparência para evitar conflito de interesses.

E sobre as autárquicas, que "começam a mexer", disse que ficou claro que a coligação PSD/CDS vai apostar forte em Lisboa e Coimbra, enquanto o PS (que está a adotar uma estratégia de apresentar os nomes mais tarde) vai querer conquistar a Guarda e tirar Setúbal aos comunistas. O PCP, por sua vez, vai apostar as fichas todas em recuperar Almada (com Maria das Dores Meira) e o Barreiro (relançando o ex-autarca Carlos Humberto).

Já em Lisboa, a disputa entre Fernando Medina e Carlos Moedas vai bipolarizar a corrida, e prejudicar os partidos mais pequenos devido ao apelo ao "voto útil" de ambos os lados.

É nesse sentido que Marques Mendes considera que, enquanto Moedas irá sempre terminar a corrida como um "vencedor", mesmo que não consiga tirar a câmara ao PS ("fica na pole position para outros voos"), o mesmo já não se pode dizer de Fernando Medina: "Se perder é um problema sério para a sua carreira e para o PS, e até pode haver uma crise política". E se ganhar (se recuperar a maioria absoluta), pode até vir a dar um salto na carreira e aspirar a ser "candidato presidencial apoiado pelo PS em 2026", disse. Isto, claro, se António Costa não tiver aspirações presidenciais.

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