Tem sido um "bruáa" por causa de €110 milhões não cobrados à EDP, que fez esta quarta-feira dois aliados improváveis no Parlamento - Rui Rio e Catarina Martins - e que preencheu boa parte do debate com o primeiro-ministro. Pressionado à esquerda e à direita, António Costa acabou por fazer com que o "bruáa" se fizesse ouvir pela diretora-geral da Autoridade Tributária, Helena Borges, e deixou os ministros do Ambiente e das Finanças sob pressão: "Não acredito que depois deste bruáa" - disse o chefe do Governo - "a diretora da AT não tenha dito aos serviços: 'Vejam lá o que se passa com este negócio'. Se não o estivesse a fazer, eu ficaria perplexo". Mas depois também disse que o Governo não pode ordenar fiscalizações à AT, pois isso seria próprio de um "Estado totalitário".
Ao fim de duas semanas de críticas por parte do Bloco de Esquerda, que denunciou a situação, e do PSD, que apresentou uma queixa na PGR, António Costa foi forçado a tomar uma posição em relação ao "esquema" criado pela EDP - uma empresa "fantoche" com apenas um funcionário para um negócio no valor de 2,2 mil milhões fruto da venda de seis barragens na bacia do Douro, como forma de fugir ao pagamento de impostos.
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