Política

Fecho de fronteiras ganha força na Europa. Líderes europeus decidem esta tarde

António Costa à chegada ao Conselho Europeu
António Costa à chegada ao Conselho Europeu
JOHN THYS/ Getty Images

Tal como em Março, começa a ganhar força em muitos estados-membros a vontade de fechar as fronteiras, mas a Comissão Europeia insiste que há outras soluções mais eficazes. Portugal tem decidido em acordo com Espanha o encerramento das fronteiras terrestres.

Fecho de fronteiras ganha força na Europa. Líderes europeus decidem esta tarde

Liliana Valente

Coordenadora de Política

O cenário deste fim de Janeiro começa a assemelhar-se cada vez mais ao que aconteceu em Março. Cresce na Europa a vontade de alguns países europeus de encerrarem as fronteiras e com isso conseguirem travar mais rapidamente a propagação da nova estirpe do vírus. A decisão sobre o que fazer nas fronteiras externas e internas vai ser tomada esta tarde, em Conselho Europeu extraordinário.

A discussão sobre um possível encerramento de fronteiras ou sobre possíveis medidas mais restritivas nas fronteiras. Isso mesmo disse António Costa na segunda-feira quando anunciou as correcções às regras do confinamento geral. Disse o primeiro-ministro que "há uma acção coordenada com a União Europeia" nessa matéria e que, como tal, só no Conselho Europeu serão tratadas estas questões.

Antes do encerramento de fronteiras, pode haver soluções intermédias. Fonte diplomática disse ao jornal espanhol El País que a Alemanha defende que os países europeus devem exigir um teste antes de cada viagem e que os passageiros devem cumprir quarentena, sobretudo se a viagem tiver origem em países com grande predominância da variante britânica do vírus, como parece ser o caso de Portugal. O mesmo jornal diz que esse é o primeiro passo, mas que se não for possível esse controlo pelos países que se deve fechar de novo as fronteiras no espaço Schengen, apenas com a circulação de trabalhadores, mercadorias e bens, como aconteceu em Março, Abril do ano passado.

Quem se mostrou contra esta ideia foi a presidente da Comissão Europeia. Von der Leyen disse que o fecho das fronteiras "não tem sentido nenhum" e que não é "tão eficaz como medidas mais específicas".

A nova variante do vírus está a acelerar os contágios. A ministra da Saúde, Marta Temido, que esta quarta-feira reuniu com epidemiologistas, disse em entrevista à RTP que a situação se "agravou" na última semana e que a nova variante do vírus representava apenas 8% dos casos na última semana e que esta semana se perspetiva que já seja responsável por 20% dos casos novos. Mais, disse Temido, com o seu grande efeito replicativo, até ao final do mês já poderia ser responsável por 60% dos novos contágios.

Por isso, poucos dias depois de o confinamento geral ter sido imposto e de ter sido modificado na segunda-feira, o Governo volta a apertá-lo. A decisão das escolas será tomada em Conselho de Ministros, mas horas depois, pode haver nova decisão, desta vez sobre as fronteiras.

O mesmo Conselho Europeu vai tratar da gestão da pandemia e do plano de vacinação europeu. A Comissão Europeia quer objetivos mais ambiciosos de vacinação, nomeadamente ter 80% dos idosos acima de 80 anos vacinados no final de Fevereiro, início de Março, o que pode levar a um ajustamento do plano de vacinação nacional. Ontem, em conferência de imprensa com a presidente da Comissão europeia, Ursula von der Leyen, António Costa disse que a comissão técnica portuguesa de certeza que terá em conta as recomendações que emanarem da Comissão Europeia.

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