O CDS é um dos protagonistas da sondagem que a Aximage fez para o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, ao captar apenas 0,3% das intenções de voto. O líder centrista, Francisco Rodrigues dos Santos, não gostou do que leu, chama-lhe “palhaçadas” e atira contra a empresa de sondagens. Além disso, lembra que superou os estudos de opinião nas últimas eleições, a dos Açores. Segue participação à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
“O CDS vai instar a ERC para que tome as medidas que se impõem para regular os procedimentos das empresas de sondagens, para evitar truques, falta de rigor técnico e ‘palhaçadas’ como os que lemos hoje”, é como Francisco Rodrigues dos Santos termina uma publicação na sua página de Facebook este domingo, 3 de janeiro, em reação à sondagem.
De acordo com os dados recolhidos pela Aximage, que realizou 812 entrevistas, os centristas captam 0,3% das intenções de voto em dezembro, uma contínua descida desde julho, quando a percentagem era de 2,1%. O PS sobe para 38,5% das intenções, acima dos 25,4% do PSD, sendo que, à direita, Chega e Iniciativa Liberal roubam espaço aos centristas.
“A Aximage decidiu antecipar o carnaval e começou hoje a ensaiar umas ‘palhaçadas’. Publicou uma sondagem de alfaiate, feita à medida de quem manda, na qual dá o PS a subir - apesar dos recentes escândalos - e o CDS, que os tem denunciado, a descer para os 0,3%”, escreve o líder do partido, na sua publicação, repetindo uma constante luta do partido com as sondagens.
Francisco Rodrigues dos Santos vai ao último ato eleitoral, realizado nos Açores, para defender que a sondagem não transmite o real valor do partido e que “anunciar a morte do CDS-PP até pode ser um desporto que agrade a alguns”. “O problema é que as eleições nos Açores desmentiram essa morte e contrariaram todas as sondagens - a Aximage dava ao CDS, naquela altura, 1%”, escreve o presidente do partido.
O CDS foi o terceiro partido mais votado nas regionais dos Açores, com 5,51% dos votos, ainda que, nesse sufrágio, tenha perdido terreno face aos 7,16% de 2016. Rodrigues dos Santos tem enfrentado crispação interna (e até está a tentar conversar com os seus opositores para debater as eleições autárquicas deste ano, em setembro ou outubro).
“Os erros repetidos sistematicamente contra o CDS deixam de ser apenas erros: são má fé ou incompetência”, conclui o líder do partido, atualmente com 5 dos 230 deputados da Assembleia da República.
Na sua publicação, Rodrigues dos Santos atira contra a Aximage, detida pelo Grupo Bel, de Marco Galinha, centrado no negócio de vending de tabaco e que se prepara para tornar no principal acionista da Global Media, a dona do DN, JN e TSF, e deixa também um ataque direto a José Almeida Ribeiro, que assegura a sua direção técnica.
“A Aximage devia ter corado de vergonha quando se descobriu que o seu diretor técnico, ex-Secretário de Estado de Sócrates e conselheiro de Luís Filipe Vieira, dirigiu uma ‘sondagem esmagadora’ para o ajudar a ganhar as eleições, que as urnas também desmentiram”, frisa o centrista, ao mesmo tempo que partilha a notícia da Visão sobre a sondagem liderada por Almeida Ribeiro que deu vitória esmagadora a Vieira, sendo que tinha estado no gabinete de crise criado pelo Benfica.
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