Política

Para ajudar a combater o preconceito, secretário de Estado torna público que é casado com um homem

André Moz Caldas, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
André Moz Caldas, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
D.R.

André Moz Caldas, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, revelou à revista da Universidade de Lisboa, partilhada na sua página de Facebook, que era o “primeiro membro do Governo casado uma pessoa do mesmo sexo”

Para ajudar a combater o preconceito, secretário de Estado torna público que é casado com um homem

Isabel Leiria

Jornalista

O secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas, fez questão de referir numa entrevista à revista da Universidade de Lisboa, onde é assistente convidado na Faculdade de Direito, a sua homossexualidade e o facto de ser casado com outro homem. “Sou o primeiro membro do governo casado com uma pessoa do mesmo sexo e não faço alarde público, mas também não sinto que seja apenas um aspeto da minha vida pessoal”.

E é para ajudar a combater um preconceito que ainda existe – “não sei porque é que a homofobia existe, é um jugo do qual a sociedade se libertará, mas há ainda algum caminho para lá chegar" – que partilha agora a sua orientação sexual. André Moz Caldas espera que o seu exemplo possa mostrar a outros jovens portugueses que “não estão condenados a um ostracismo”. “Se houver um jovem que, pelo meu exemplo, se possa sentir mais livre para viver a sua orientação sexual abertamente, eu ficaria muito feliz.”

Na mesma entrevista, o secretário de Estado admite que nunca se sentiu “vitimizado” pela sua orientação sexual, mas reconhece que o facto de viver num “contexto social e familiar progressista”, em Lisboa, fez com que não tivesse vivido as experiências negativas pelas quais outros homossexuais passam. “Quem pertence a uma minoria tem de ter uma grande energia para se dar permanentemente ao respeito”, diz.

André Moz Caldas, mestre em Direito e em Medicina Dentária pela Universidade de Lisboa e ex-presidente da junta de freguesia de Alvalade, é o segundo membro de um governo português a revelar a sua orientação sexual em entrevista. Também Graça Fonseca - hoje ministra da Cultura - o fez, em entrevista ao Diário de Notícias quando era secretária de Estado.

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