
Socialistas criticam decisões “tardias” e “inaceitáveis” e querem explicações do ministro. Esta quinta-feira, Governo aprovou indemnização para viúva
Socialistas criticam decisões “tardias” e “inaceitáveis” e querem explicações do ministro. Esta quinta-feira, Governo aprovou indemnização para viúva
Jornalista
Coordenadora de Política
As notícias sobre o homicídio de Ihor Homeniuk estão a tornar cada vez mais pesada a pressão política sobre o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. E essa pressão, que nove meses depois do caso se intensifica da direita à esquerda, não se limita aos outros partidos: o alegada morte por tortura no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) gerou um desconforto visível também no PS, em que várias figuras e deputados assumem críticas à gestão política do processo e falam num “falhanço multidimensional” que envergonha o Estado e até numa “fragilização” do ministro. No Governo, o mal-estar provocado por um dossiê quente que envolve um dos governantes mais próximos de António Costa — que continuava em silêncio até ao fecho desta edição — ainda não é assumido publicamente, mas há socialistas a dar esse passo.
O tiro de partida da linha oficial do partido foi dado por Ana Catarina Mendes, líder parlamentar do PS, que no programa “Circulatura do Quadrado”, na TVI, foi clara: a demissão da diretora do SEF, Ana Cristina Gatões, é “tardia” e foi anunciada através de um comunicado, que falava numa demissão “a seu pedido” e dentro de um quadro de reestruturação do SEF (ver texto pág. 11), “muito pouco confortável para quem defende o Estado de direito”. Mais: o ministro deveria mesmo “quebrar um silêncio que é ensurdecedor para todos nós”. No dia seguinte, quinta-feira, moderava o tom e dizia à TSF que o ministro “tem” condições para continuar no cargo e “fez o que tinha ao seu alcance”, virando a bitola para a ex-diretora do SEF: “Já devia ter sido demitida há mais tempo.” Eduardo Cabrita terá agora de dar explicações no Parlamento, numa audição marcada para terça-feira, depois de ter sido chamado pelo PSD e por Joacine Katar Moreira. É por essas explicações que muitos socialistas esperam, depois de uma série de decisões que definem como “incompreensíveis”.
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