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Pedro Nuno Santos: “Queria a TAP votada no Parlamento mas não consegui. É pena”

Pedro Nuno Santos: “Queria a TAP votada no Parlamento mas não consegui. É pena”
Marcos Borga

António Costa desautorizou o ministro, que assume a divergência e a derrota no caso da votação do plano de recuperação da TAP no Parlamento: “É pena”

Pedro Nuno Santos: “Queria a TAP votada no Parlamento mas não consegui. É pena”

Liliana Valente

Coordenadora de Política

Pedro Nuno Santos e António Costa têm tido na última legislatura uma relação tensa, que entrou esta semana em choque, de novo por causa da TAP. Se no conteúdo do plano de restruturação da empresa não se notam divergências, na forma como este deveria ser gerido politicamente estão em polos opostos. “Queria que fosse votado no Parlamento, mas não consegui. É pena”, assume o ministro das Infraestruturas em declarações ao Expresso. A frase, pouco habitual num ministro depois de ser desautorizado em público pelo chefe do Governo, é uma forma de defesa e de assumir que perdeu a batalha. Pedro Nuno queria, António Costa não, e este não se coibiu de lhe tirar o tapete, sem o nomear: “Quem anunciou ou teve uma má fonte ou se precipitou”, disse o primeiro-ministro, referindo-se ao facto de Marques Mendes ter revelado, citando fonte governamental, que o Governo queria o plano de reestruturação da TAP votado pelos deputados.

As declarações de António Costa sobre a companhia aérea em Bruxelas foram das poucas que tem feito sobre o assunto ao longo de meses, deixando quase sempre o ministro atravessar-se sozinho pelas soluções, como a injeção de capital de 1,2 mil milhões, reforçando a posição do Estado, decidida no verão. Desta vez, sobre o plano de reestruturação que prevê 2,1 mil milhões adicionais em cinco anos, também não foram muito extensas: concentraram-se mais sobre a forma, num recado direto para o ministro, do que sobre o conteúdo do plano que, disse, está nos “primórdios” de um “longo processo de negociação” com sindicatos e Comissão Europeia, dando “muito tempo para decisões”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lvalente@expresso.impresa.pt

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