Como o centro-direita europeu lida com os populistas

Jornalista
Ao rejeitar em outubro a moção de censura do Vox ao Governo de esquerda, o líder do PP, Pablo Casado, fez um discurso violento de demarcação, contra “o ódio, a fúria e o barulho” da extrema-direita. Santiago Abascal retorquiu que Casado poderia pelo menos agradecer o apoio do seu partido ao PP para governar em Madrid, Andaluzia e Múrcia.
Em pouco tempo, a Alternativa para a Alemanha (AfD) tornou-se o maior partido da oposição ao Governo da grande coligação de centro. No início deste ano, a chanceler Angela Merkel impôs a anulação de uma aliança da sua CDU com a AfD e precipitou a demissão do líder regional apoiado pelo seu partido. Tudo porque na Turíngia fora viabilizada uma solução governativa com o apoio da AfD.
A Liga já fez parte de uma solução governativa com o Movimento 5 Estrelas (M5S), partido antissistema. Animado pelos resultados da Liga nas eleições europeias, Matteo Salvini anunciou uma moção de censura ao Governo de que fazia parte. A crise terminou com um novo Executivo do independente Giuseppe Conte, apoiado pelo M5S e pelo Partido Democrático (centro-esquerda). Mas Salvini ainda não desistiu de ser primeiro-ministro.
Marine Le Pen, filha de Jean-Marie, sucedeu-lhe na liderança da Frente Nacional e esforçou-se por limpar o lastro extremista do pai. A operação de cosmética, que incluiu uma mudança de nome, deu ao partido maior popularidade e fez esboroar a direita tradicional. H.G.
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