Política

Morreu o arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles aos 98 anos

Morreu o arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles aos 98 anos
António Pedro Ferreira

Figura pioneira na arquitetura paisagista em Portugal e antigo líder do Partido Popular Monárquico, Gonçalo Ribeiro Telles faleceu esta quarta-feira, aos 98 anos

Gonçalo Ribeiro Telles, arquitecto, antigo líder do Partido Popular Monárquico e dirigente da Aliança Democrática, faleceu aos 98 anos. A informação foi confirmada por um familiar ao jornal "Público".

Ribeiro Telles nasceu a 25 de maio de 1922, em Lisboa. Formou-se em Agronomia e Arquitetura Paisagista em 1950, no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Desempenhou diversos cargos políticos e participou na fundação de instituições na área da cultura, como é o caso do Centro Nacional de Cultura, lançado em 1945. Anos mais tarde, em 1969, viria a co-fundar o Partido Popular Monárquico e, em 1993, o Movimento Partido da Terra. Foi o responsável pelo lançamento da política de ambiente em Portugal, cuja legislação incentivou quando passou por vários cargos públicos.

É autor de projetos como os Corredores Verdes e os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, obra que assinou em conjunto com António Viana Barreto, e que viria a ser distinguido com o Prémio Valmor, em 1975. São dele ainda outros projetos de jardins privados e públicos, parques públicos, implantação de rodovias, recuperação de pedreiras, recuperação de quintas de recreio, integração paisagística de unidades fabris, ordenamento rural e do território.

Há vários momentos políticos seus a assinalar. Gonçalo Ribeiro Telles assumiu funções como subsecretário Estado do Ambiente e secretário de Estado de Ambiente entre 1974 e 1976 e, de 1981 a 1983, foi ministro da Qualidade de Vida, responsável pelas áreas dos desportos e do ambiente que só existiu durante breves anos.

Foi deputado da Assembleia da Republica pelo Partido Popular Monárquico em 1975 e em 1985 foi deputado independente pelo PS. Nesse mesmo ano, assume o cargo de vereador da Câmara Municipal de Lisboa pelo Movimento Partido da Terra.

Pelo seu trabalho, foi agraciado com o Grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago (1969), Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo (1988) e Grã-Cruz da Ordem da Liberdade (1990).

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