Política

Marisa ataca Marcelo por causa de acordo PSD/Chega nos Açores: "Não está a proteger a Constituição"

Marisa Matias na apresentação oficial da candidatura a Belém
Marisa Matias na apresentação oficial da candidatura a Belém
TIAGO PETINGA

Guerra sobre os Açores chegou à campanha presidencial. No Twitter, a candidata do Bloco de Esquerda veio apontar responsabilidades a Marcelo Rebelo de Sousa

O acordo alcançado por PSD e Chega tem a ver com a governação nos Açores, mas continua a produzir ondas de choque um pouco por toda a política nacional. Desta vez, chegou mesmo às eleições presidenciais, com a candidata Marisa Matias a atacar o presidente - e pré-candidato - Marcelo Rebelo de Sousa.

No Twitter, Marisa recordou que o representante da República nos Açores, Pedro Catarino, é nomeado pelo presidente da República e "responde-lhe diretamente". Por isso, a candidata do Bloco de Esquerda faz questão de sublinhar as responsabilidades de Marcelo pela posse de um Governo que terá o apoio do partido de André Ventura, acusando-o de "não proteger" a Constituição.

"O representante da República nos Açores decidiu chamar PSD, CDS e PPM a formar governo, por ter recebido o acordo entre PSD e Chega. O RR é nomeado pelo PR e responde-lhe diretamente. Regista-se que o PR não vê como um problema a posse de um governo dependente do Chega", escreve Marisa, concluindo: "O presidente da República tem a obrigação de proteger a Constituição. Em relação aos Açores não está a fazê-lo".

O acordo foi feito entre PSD e Chega para assegurar a viabilização de um Governo de direita nos Açores - uma versão açoriana da geringonça, uma vez que nas eleições regionais quem venceu foi o PS, mas sem maioria parlamentar que lhe assegurasse a possibilidade de formar Governo, à semelhança do que aconteceu em 2015 com o PSD de Pedro Passos Coelho.

Mas esse entendimento desencadeou uma série de reações e de críticas, primeiro entre partidos e agora já entre candidatos presidenciais. O PS usou mesmo o tema para abrir uma guerra com o PSD, acusando-o de abrir a porta à "extrema-direita xenófoba" e de atravessar uma linha vermelha da "direita democrática" na Europa.

Rui Rio tem-se defendido lembrando os acordos que serviram de base à formação da geringonça, assinados entre o PS e os partidos à sua esquerda, e lembrando que não existe um acordo a nível nacional com o Chega. Entre as medidas que saíram das negociações entre os dois partidos encontram-se a redução de deputados regionais ou da "elevadíssima subsidiodependência" na região, assim como a criação de um gabinete de luta contra a corrupção - tudo medidas que "em nada ferem a matriz social-democrata do PSD", veio garantir, em comunicado, a comissão permanente dos sociais-democratas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate