Política

Açores. Rio garante que os quatro objetivos defendidos pelo Chega não ferem matriz do PSD

Rui Rioe José Manuel Bolieiro, ainda antes da campanha eleitoral
Rui Rioe José Manuel Bolieiro, ainda antes da campanha eleitoral
EDUARDO COSTA/LUSA

Comunicado da Comissão Permanente insiste que "não há nenhum acordo nacional" com André Ventura ou com a Iniciativa Liberal. Nem mesmo com os partidos que integram a coligação de governo para a região, o CDS e o PPM

Agora é uma negação formal. Depois de André Coelho Lima e Nuno Morais Sarmento, vice-presidentes do partido, terem afastado qualquer acordo de âmbito nacional com o Chega, o PSD emitiu um comunicado em que desmente categoricamente qualquer entendimento mais amplo. A nota da Comissão Permanente de Rui Rio frisa que as condições impostas pela força liderada por André Ventura para viabilizar o Governo Regional "em nada ferem a matriz social-democrata do PSD".

Os "quatro objetivos" pelos quais Ventura se bateu - a redução do número de deputados regionais, a criação de um Gabinete Regional de Luta Contra a Corrupção, a diminuição da "elevadíssima subsidiodependência" no arquipélago e o "aprofundamento da autonomia política no quadro do Estatuto Político-Administrativo dos Açores e da Constituição da República" - são, aliás, "quatro aspetos" que "um Governo liderado pelo PSD deve naturalmente prosseguir na sua governação regional". "Mal fora que não o fizesse apenas porque o Chega também o defende", pode ler-se na nota do órgão mais restrito de direção do PSD.

Por outro lado, a Comissão Permanente reconhece que "os objetivos consensualizados" entre o PSD-Açores, chefiado por José Manuel Bolieiro, e a Iniciativa Liberal vão ao encontro daquilo que os sociais-democratas pretendem para a região, pois visam "diminuir o peso do Estado na sociedade e na economia", fazer "crescer o PIB regional", "reduzir o fosso que separa os Açores do resto do país e da média da União Europeia", "combater a pobreza", "diminuir a dependência do exterior" e "reduzir a dívida pública açoriana".

Ainda assim, num dos pontos do comunicado, a Comissão Permanente "volta a afirmar que não há nenhum acordo nacional" com o Chega ou com a Iniciativa Liberal, "assim como também não o há com os próprios partidos que sustentam a coligação regional açoriana", ou seja, CDS e PPM.

Seja como for, o acordo tripartido - a que o núcleo duro de Rio chama "nova Aliança Democrática" - colhe todo "o apoio institucional e político" da direção nacional, uma vez que "materializa o fim de uma hegemonia governativa socialista de 24 longos anos, que fica negativamente marcada por tiques de autoritarismo e fenómenos de nepotismo". A rematar, a Comissão Permanente pede a Bolieiro que prossiga "com força e convicção" a mudança nos Açores, que, "a exemplo do que se passa em Portugal continental, necessita de uma governação mais competente, sem mentiras e mais virada para o futuro".

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