Política

CIP contra novo confinamento geral: “Está demonstrado desde março que há soluções”

António Saraiva, presidente da CIP
António Saraiva, presidente da CIP
MANUEL DE ALMEIDA/Lusa

António Saraiva admite que a crise económica se vai agravar nos próximos meses e defende a necessidade de mais apoios para as empresas. “É preciso combater a pandemia, mas salvar a economia”, insiste o presidente da CIP

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, manifesta-se contra a hipótese de um novo confinamento global e pede mais apoios às empresas no âmbito da pandemia.

"O Estado de Emergência vem regular um conjunto de legislação, mas sobre isso não nos vamos pronunciar. Já em relação a um confinamento geral somos obviamente contra. Está demonstrado desde março que há soluções. Há uma curva de aprendizagem. Hoje sabemos lidar melhor com a pandemia", afirmou António Saraiva em declarações aos jornalistas à saída da audiência em Belém.

Para o presidente da CIP, os casos de infeções pelo novo coronavírus estão a aumentar como resultado da falta de "comportamento responsável individual", sublinhando que a maioria dos surtos acontecem no contexto familiar ou social, nomeadamente em festas, e não no meio laboral.

"Tivemos 3 ou 4 casos de empresas e imediatamente foram ultrapassados e conhecidos. Por isso pergunto, quantos focos empresariais o país conhece? É preciso acompanhar as medidas de combate à pandemia, no sentido de acautelar a proteção da economia", acrescentou.

António Saraiva admite que a crise económica se vai agravar nos próximos meses, sendo por isso vital mais apoios para as empresas com vista a proteger o emprego e a capacidade instalada das companhias. "É preciso combater a pandemia, mas salvar a economia. Não nos iludamos que esta crise vai desaparecer nos próximos meses, vai aumentar. (...) Receamos que o desemprego vá galopantemente atingir valores que ninguém deseja e a crise social que daí emergente ninguém desejará igualmente", insistiu.

À semelhança do líder da UGT, António Saraiva também dirigiu fortes críticas ao Governo por ter anunciado o regresso do teletrabalho sem consulta prévia dos parceiros sociais. "É no mínimo excessivo", observou, sublinhando que o local de trabalho é dos "sítios mais seguros" no atual contexto.

Esta quarta-feira estão agendadas ainda reuniões do Chefe de Estado com o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, e o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa. Os encontros inserem-se na ronda de audiências que Marcelo Rebelo de Sousa está a realizar para discutir o Estado de Emergência.

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