Política

Fernando Medina desvaloriza tensão com Tribunal de Contas. “É normal entre diferentes funções públicas”

Fernando Medina desvaloriza tensão com Tribunal de Contas. “É normal entre diferentes funções públicas”
Tiago Miranda

Presidente da Câmara de Lisboa sustentou que as tensões entre autarquias, Governo e Tribunal de Contas são naturais e que a questão da não recondução de Vítor Caldeira está encerrada. Medina frisou que entrave ao projeto de rendas acessíveis em Lisboa, chumbado e entretanto viabilizado mais de um ano depois, foi ultrapassado

Fernando Medina desvaloriza tensão com Tribunal de Contas. “É normal entre diferentes funções públicas”

Isabel Paulo

Jornalista

Fernando Medina opta por não alimentar a polémica em relação à não recondução de Vítor Caldeira na presidência do Tribunal de Contas. Na reunião preparatória da cimeira das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, a realizar no Porto em meados de novembro, o autarca socialista afirmou ser “normal haver tensão entre quem tem diferentes funções de defesa de interesses públicos”.

O também líder da Área Metropolitana de Lisboa desvalorizou assim os entraves colocados pelo Tribunal de Contas ao projeto de renda acessível em Lisboa, na rua de São Lázaro, que previa a reabilitação de 103 fogos para o programa de rendas a custos controlados e que mereceu a reprovação inicial do tribunal então presidido por Vítor Caldeira, agora substituído pelo Governo. Para Medina, autarquias e Tribunal de Contas são instituições com missões diferentes e que têm obrigações de resposta de serviço público diferentes, o que explica que existam “tensões naturais”.

Em relação ao projeto de rendas acessíveis, o presidente da Câmara de Lisboa lembrou que a questão foi ultrapassada quando em abril último o plenário do Tribunal de Contas acabou por dar luz verde ao contrato de concessão para a referida operação, depois de mais de um ano antes ter recusado o visto prévio.

Fernando Medina sublinhou que, apesar das diferenças pontuais, o último mandato do até agora presidente do Tribunal de Contas nem sequer foi “o mais tenso nas relações entre as câmaras ou o Governo”.

No caso do Porto, o Tribunal também chumbou inicialmente o projeto de requalificação do Matadouro de Campanhã, tendo também sido autorizada a reconversão do empreendimento gizado pelo arquiteto Kengo Kuma e que vai ser executado pela Mota Engil. Num e noutro caso, o Tribunal tinha recusado os vistos prévios alegando tratar-se de parcerias-público privadas bloqueadas pela troika, argumento que os autarcas sempre rebateram. Os dois projetos acabaram por ter fumo branco após o Governo ter aprovado um decreto-lei que permitiu às câmaras municipais e governos regionais terem regras diferentes das do Estado na contratualização com privados.

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