As empresas portuguesas podem, como de todos os países aliados dos Estados Unidos da América, decidir “só por si” recusar fornecedores chineses. Podem e devem, depreende-se das palavras de um representante da Administração Trump ao Expresso. “As empresas podem decidir por si só quem são os vendedores fiáveis, a não ser que exista uma lei”, afirmou Keith Krach, esta quinta-feira, na residência do embaixador George Glass, em Lisboa. Aliás, as operadoras portuguesas já tinham feito saber que não teriam Huawei no core da sua rede. Mas isso não basta para os americanos.
Washington lançou um esforço de diplomacia económica que trouxe a Portugal o subsecretário de Estado para o Crescimento Económico, Energia e Ambiente. Krach percorreu oito países ao longo de uma semana para transmitir, na essência, a mensagem deixada pelo embaixador, sábado passado, numa entrevista ao Expresso: “Portugal tem de escolher agora entre os aliados e os chineses”.
A estratégia de segurança económica americana passa por exigir que qualquer fornecedor tecnológico às redes de comunicações 5G seja “fiável”, leia-se, não-chinês. Isto aplica-se tanto ao core das redes, isto é, centro do sistema, como ao que se conhece por edge, ou periferia (antenas e distribuição de sinal). “Esteja no centro ou na rede, está dentro do sistema”, explicou, na entrevista, o embaixador George Glass. “Só somos tão fortes quanto o nosso leo mais fraco”, reforçou Krach.
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