Política

Marcelo entende que o OE deve ser viabilizado à esquerda (e sobre os fundos: “se não aproveitarmos esta oportunidade, nunca haverá outra”)

Marcelo entende que o OE deve ser viabilizado à esquerda (e sobre os fundos: “se não aproveitarmos esta oportunidade, nunca haverá outra”)
Ana Baiao

Preocupado com a viabilização do Orçamento do Estado para 2021, o Presidente da República sublinha que o documento deve ser viabilizado pela antiga geringonça - que viabilizou na última legislatura sucessivos orçamentos

Marcelo entende que o OE deve ser viabilizado à esquerda (e sobre os fundos: “se não aproveitarmos esta oportunidade, nunca haverá outra”)

Liliana Coelho

Jornalista

O Presidente da República defendeu esta quarta-feira que o Orçamento do Estado para 2021 deve ser viabilizado à esquerda, à semelhança da anterior legislatura, depois de Jerónimo de Sousa ter ameaçado chumbar o documento.

"O natural é o Orçamento passar à esquerda, ser viabilizado pelos parceiros que viabilizaram na última legislatura sucessivos orçamentos. É isso que o Governo tem dito, é isso que resulta também da posição do líder da oposição.Por isso, eu espero que isso aconteça e que tenhamos orçamento para entrar em vigor a 1 de janeiro de 2021", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, à margem de uma visita aos Clérigos, no Porto.

Para o chefe do Estado, a aprovação do OE2021 à esquerda é fundamental para a execução do Plano de Recuperação e Resiliência e do Quadro Financeiro Plurianual. "Para o equilíbrio do sistema português é bom que haja uma solução de esquerda e uma alternativa de direita. É isso que é salutar, que evita radicalismos e extremismos, é isso que permite o que é bom no sistema – que é ter noção que se conhecer dificuldades há outra solução alternativa", acrescentou.

Questionado sobre o plano de António Costa Silva, o Presidente da República considerou que se trata apenas de "uma peça" da estratégia para o país na próxima década que estará dependente do contexto económico e social.

"Há muitos investimentos fundamentais e estruturantes que não estão lá, mas estão no Quadro Financeiro Plurianual, há muitos aspetos importantes do plano do ordenamento do território ou que têm que ver com clima que não estão lá. A estratégia agora tem muito que ver também com dados novos, a pandemia que vivemos e a crise económica e social que resulta da pandemia. Isto altera nalguns aspetos muito do que tinha sido pensado antes", sustentou.

Em relação aos fundos europeus, Marcelo disse esperar que não haja atrasos e que sejam utilizados da melhor forma possível, uma vez que se trata de uma "oportunidade única" para o país. "Agora tem que ser executado tudo o que for possível em pouco tempo e que seja executado com fiscalização e controlo que permita que não haja dúvidas quanto à forma como foi executado. Não podemos correr o risco de perder dinheiro porque não o utilizamos a tempo ou foi mal utilizado. Se não aproveitarmos esta oportunidade para construir um país diferente, nunca mais teremos este dinheiro vindo da Europa", concluiu.

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