Política

Ministra da Segurança Social vai ao terreno para garantir que “lares têm sido uma prioridade”

Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
RODRIGO ANTUNES

Depois de ter assumido em entrevista ao Expresso que não lera o relatório da Ordem dos Médicos sobre o lar de Reguengos de Monsaraz, a ministra visitou uma IPSS em Alcanena para garantir que o empenho do Governo é total

Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho e da Segurança Social, visitou esta terça-feira uma IPSS, em Alcanena, para fazer uma espécie de defesa da honra: “A nossa missão diária e permanente tem sido proteger as pessoas [dos lares]”.

Esta iniciativa acontece depois da entrevista polémica ao Expresso em que Mendes Godinho admitiu que não lera o relatório da Ordem dos Médicos sobre a gestão do Lar de Reguengos de Monsaraz (onde morreram 18 pessoas vítimas de Covid-19). Nessa mesma entrevista, a ministra tentou também relativizar o impacto da doença nos lares portugueses.

“Tivemos 365 surtos [em Abril] e temos 69 agora. Claramente, temos menos incidência. Temos 3% do total dos lares e temos 0,5% das pessoas internadas em lares que estão afectadas pela doença. A dimensão dos surtos não é demasiado grande em termos de proporção. Mas, claro, isto não significa que não devamos estar preocupados”, afirmou Mendes Godinho.

O Governo acabaria por acusar o Expresso de descontextualizar a resposta da ministra, o que motivou uma resposta do Expresso, onde são reiteradas todos os dados referidos na entrevista.

Esta terça-feira, a ministra veio garantir que a grande prioridade do Governo é "responder da forma mais eficaz a quem precisa", procurando, "a cada momento, impor as medidas de reforço" necessárias.

"Os lares têm sido uma prioridade do Governo, de quem nunca baixou os braços para proteger quem mais precisa", afirmou a ministra.

Também em declarações aos jornalistas, Ana Mendes Godinho garantiu que, afinal, já tinha lido o referido relatório. “Naturalmente, conheço o teor dos relatórios, li todos os relatórios. Pedi [à minha equipa técnica] para fazer uma análise minuciosa. Aliás, aproveito para dizer que, logo no dia 12 de julho, pedi à Segurança Social que fizesse uma avaliação e desencadeasse toda uma análise do que se passava em Reguengos. E no dia 14 de julho, a Segurança Social fez um relatório de toda a situação, que foi enviado para o Ministério Público”, garantiu.

Não foi exatamente isso que disse ao Expresso, quando concedeu a entrevista a 13 de agosto, quinta-feira — entrevista que foi publicada na edição de sábado. À pergunta dos jornalistas sobre se já tinha lido o relatório, Ana Mendes Godinho respondeu: “Não o li pessoalmente, mas a Ordem [dos Médicos] fez-me chegar o relatório e já pedi que o analisassem.”

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