Política

Marcelo defende “tolerância zero” para atos racistas, mas também “sensatez” para evitar “clima emotivo”

Marcelo defende “tolerância zero” para atos racistas, mas também “sensatez” para evitar “clima emotivo”
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Chefe de Estado condena veementemente as ameaças racistas de que foram alvo deputados e ativistas. E diz que que há ser “firme” na aplicação dos princípios do Estado de Direito, confiar nas autoridades e saber responder a estes fenómenos com “inteligência”

Marcelo defende “tolerância zero” para atos racistas, mas também “sensatez” para evitar “clima emotivo”

Liliana Coelho

Jornalista

O Presidente da República defende "tolerância zero" para qualquer ato racista, condenando veemente as ameaças diretas de que foram alvo dez deputados e ativistas por parte da “Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional”.

"A nossa Constituição é muito clara e o direito penal também no combate ao racismo, prevendo o caráter criminoso das atuações que traduzem a violação do princípio que consta da Constituição, a recusa do racismo", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, à margem de uma visita a hotéis em Lisboa.

Sublinhando que o Ministério Público está a investigar o caso, o chefe de Estado disse que é preciso confiar nas autoridades competentes e insistir na defesa dos princípios democráticos. "Os democratas devem ser muito firmes nos seus princípios e devem ao mesmo tempo ser sensatos na defesa dos princípios", observou.

"Firmeza significa tolerância zero em relação àquilo que é condenado pela Constituição. Sensatez significa estar atento às campanhas e escaladas que é fácil fazer a propósito de temas sensíveis na sociedade portuguesa. Tem que se ser firme na condenação, respeitar a atuação do Ministério Público e estar atento em relação à instrumentalização e manipulação desses temas que tem sido noutros países uma forma de radicalizar a vida política, de promover fenómenos antissistémicos e debilitar a democracia", acrescentou.

Além da firmeza na aplicação dos princípios do Estado de Direito, Marcelo considera ainda que é preciso saber responder a estes desafios com “inteligência”. "Não há nada melhor para quem quer radicalizar e criar um clima emotivo do que a instrumentalização desses temas", sustentou.

O chefe de Estado referia-se a uma mensagem enviada para Beatriz Gomes, Danilo Moreira, Joacine Katar Moreira, Mamadou Ba, Jonathan Costa, Rita Osório, Vasco Santos, Luís Lisboa, Melissa Rodrigues e Mariana Mortágua, em que a Resistência Nacional faz ameaças diretas a este grupo de deputados e ativistas e aos seus familiares. O mail refere que agosto será "o mês do reerguer nacionalista" e dá um prazo de 48 horas para os visados abandonarem o país.

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