Política

Fundos Europeus. Iniciativa Liberal quer órgão independente para acompanhar gestão se maioria for canalizada pelo banco de fomento

Fundos Europeus. Iniciativa Liberal quer órgão independente para acompanhar gestão se maioria for canalizada pelo banco de fomento
MÁRIO CRUZ/Lusa

Liberais querem um acompanhamento “eficaz” à gestão dos fundos europeus, que constituem uma “oportunidade única” para o país se modernizar. Objetivo é o de evitar situações de “compadrio” e “amiguismo”

Fundos Europeus. Iniciativa Liberal quer órgão independente para acompanhar gestão se maioria for canalizada pelo banco de fomento

Liliana Coelho

Jornalista

A Iniciativa Liberal (IL) considera que a melhor forma de acompanhar a aplicação dos fundos europeus dependerá do modelo de seleção e atribuição de verbas definidas pelo Governo. Mas admite que se a maioria for canalizado através do Banco Português de Fomento (BPF) deverá ser um órgão independente a garantir um melhor acompanhamento.

"Nesse caso, o acompanhamento mais eficaz será junto da própria instituição por um órgão de acompanhamento composto por pessoas independentes e conhecedoras da economia real que possam monitorizar em tempo real a escolha e a aplicação dos critérios de atribuição dos fundos", diz ao Expresso João Cotrim de Figueiredo.

Segundo o líder da IL, o país deverá aproveitar esta oportunidade única para se desenvolver, o que só poderá ser conseguido através de escolhas corretas. "Para que este dinheiro – que todos iremos ter de repagar, mais tarde ou mais cedo –, tenha um impacto real na economia e na vida das pessoas, e para que Portugal não desperdice esta oportunidade para se modernizar, é crucial que os projetos que venham a ser apoiados tenham um sólido racional económico", acrescenta.

Cotrim de Figueiredo reitera ainda a necessidade de o país criar mais condições para a iniciativa privada e individual, nomeadamente através da redução da carga fiscal em vez de se apostar em "mais Estado e obras públicas". E garante que o partido estará atento à "permanente monitorização" da gestão dos fundos europeus, a fim de se evitarem situações que comprometeram o país no passado.

“Sem isto, o potencial para situações de compadrio e amiguismo é demasiado grande – como se antevê da composição dos órgãos sociais do BPF – e, tal como aconteceu no passado, apenas conseguiremos acrescer à montanha de dívida pública, nacional ou europeia, que hipotecará o futuro das novas gerações", insiste.

Na terça-feira, o PAN anunciou que vai propor a criação de um portal com o objetivo de aumentar o escrutínio sobre as medidas tomadas no âmbito da recuperação económica, incluindo a aplicação dos fundos europeus.

O portal da transparência – que será apresentado em sede do Orçamento do Estado para 2021,– deverá mostrar, em tempo real, todas as medidas com base nos fundos europeus e nos dinheiros públicos, nomeadamente o seu custo orçamental, o número de beneficiários, as entidades beneficiárias, os critérios de atribuição, assim como o seu grau de execução.

Está prevista também uma comissão parlamentar, que foi aprovada no final da sessão legislativa, para acompanhar a aplicação das medidas de resposta à covid-19 e o processo de recuperação económica e social que permitirá também ao Parlamento acompanhar as fases de planeamento e de execução dos fundos europeus.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lpcoelho@expresso.impresa.pt

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