Política

MNE acompanha com “muita atenção” desembarque de migrantes no Algarve e quer acelerar acordo de migração laboral com Marrocos

MNE acompanha com “muita atenção” desembarque de migrantes no Algarve e quer acelerar acordo de migração laboral com Marrocos
MIGUEL A. LOPES/LUSA

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, defende a migração legal em alternativa às migrações irregulares, mas admite que o processo negocial “em curso” com Marrocos está mais demorado devido à pandemia

O ministro dos Negócios Estrangeiros português disse esta quarta-feira que o Governo está a seguir "com muita atenção" os vários episódios migrantes que têm desembarcado no Algarve nos últimos tempos, defendendo a migração legal em alternativa às migrações irregulares.

Nos últimos oito meses foram intercetados a desembarcar ilegalmente no Algarve 69 migrantes provenientes do norte de África, com o último caso registado ao fim da tarde de terça-feira, na Ilha do Farol, concelho de Faro.

O grupo de 21 migrantes, aparentemente marroquinos, segundo as autoridades, foi intercetado já no areal da Ilha do Farol, pelas 19h45, tendo pernoitado num pavilhão em Olhão, onde se encontram à guarda do SEF e da GNR.

Quando chegam a Portugal, esses migrantes "são acolhidos, os cuidados médicos e sanitários são providenciados, são sujeitos ao teste à covid-19 e depois levados às autoridades judicias e os seus processos são tratados de acordo com a lei portuguesa".

Para Augusto Santos Silva, a migração legal "é a verdadeira alternativa às migrações irregulares e a toda a sorte de tráfico que se alimenta delas e as fomenta".

Por isso, quando esteve em Marrocos, no início do ano, o ministro propôs a este país um texto de acordo de migração laboral, que Marrocos está a analisar.

"Acertei com o meu colega marroquino que faríamos avançar as negociações para um acordo relativo à migração legal", disse.

Contudo, "a pandemia também aqui fez com que os processos negociais sejam mais lentos. Mas temos usado todos os mecanismos ao nosso dispor para trabalhar com as autoridades marroquinas, através designadamente dos respetivos embaixadores para que possamos chegar tão depressa quanto possível a um acordo".

"O processo está em curso e estamos a analisar uma proposta de texto que Portugal apresentou", concluiu.

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