Política

Duarte Cordeiro: “Temos consciência da persistência dos casos em Lisboa. Situação está longe de estar resolvida”

Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares
Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares
ana baião

Secretário de Estado que coordena a região de Lisboa no combate à covid foi dar explicações ao Parlamento. Medidas estão a resultar, defende, mas é preciso tempo e "não quebrar a energia"

Os sinais até podem ser de que as medidas tomadas são as adequadas, mas a situação em Lisboa está “longe de estar resolvida”. Foi a mensagem que Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e coordenador da região de Lisboa e Vale do Tejo para a gestão da Covid-19, deixou esta quinta-feira, no Parlamento.

Chamado pelo CDS, o governante foi à Assembleia da República prestar contas sobre a resposta que está a ser dada à pandemia em Lisboa. Os erros apontados foram muitos e em muitas áreas: os centristas falaram numa “desarticulação” entre as autoridades, em “sinais contraditórios” na realização de espectáculos e manifestações ou em falta de controlos nos aeroportos; o PSD criticou a forma como se vendeu a situação portuguesa como um “milagre”.

Bloquistas e comunistas apontaram falhas na resposta em áreas como os transportes e a habitação e o governante assumiu algumas delas: "Se não há condições para entrar numa composição [de comboio], temos de esperar pela próxima. Não tenho outra resposta para lhe dar", respondeu à deputada Isabel Pires, do Bloco de Esquerda.

Não está tudo a correr na perfeição, mas as medidas adicionais em Lisboa estarão a “resultar”, quis garantir - “se ficássemos pelas decisões tomadas para o resto do país, não estaríamos onde estamos hoje” - e é preciso continuar a “monitorizá-las”. De resto, ordem para não dramatizar: “Se a pandemia chegou mais tarde a Portugal, é natural que acabe mais tarde. Não há uma bala de prata”.

Para o coordenador, as críticas - mesmo as que o socialista Fernando Medina teceu publicamente - são “legítimas” e entendidas com “total naturalidade”, mas não devem servir para “quebrar a energia” de que o país precisa no ataque ao vírus: “O combate faz-se em conjunto”.

Pelo que se viu nesta audição, o desejo de sintonia não chega, no entanto, aos partidos, que querem mais respostas e esclarecimentos sobre o que continua a falhar em Lisboa.

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