Política

O manifesto de Marisa para Belém? “Escolhas deste e do próximo ano vão determinar o país que teremos”

O manifesto de Marisa para Belém? “Escolhas deste e do próximo ano vão determinar o país que teremos”
JOSÉ COELHO/Lusa

Num artigo de opinião publicado no "Público", a eurodeputada do BE assume compromissos e traça o que parece um programa político. "A esquerda dirá presente a este desafio”

Se não é um manifesto eleitoral, não parece estar longe disso. “O futuro começa a decidir-se agora. E as escolhas deste ano e do próximo ano vão determinar o país que teremos”, avisa Marisa Matias, eurodeputada e dirigente do Bloco de Esquerda, no artigo de opinião que publicou esta segunda-feira no “Público”. A mesma Marisa Matias que é, como o Expresso noticiou, o nome mais apontado nas fileiras bloquistas para uma corrida a Belém.

As eleições presidenciais que até agora contam com um candidato oficial - André Ventura - contra o atual presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, realizar-se-ão, se o calendário normal for cumprido, em janeiro de 2021. E os avisos de Marisa, que há quatro anos se candidatou também contra Marcelo e conseguiu uns mais do que simpáticos 10% pelo Bloco de Esquerda, são precisamente sobre as “escolhas” a tomar neste período.

Há semanas que se comentava, aliás, entre os bloquistas que o discurso social trazido para a agenda pelo impacto da pandemia viria reforçar e dar gás ao discurso que Marisa Matias poderia levar a uma candidatura presidencial. Agora, Marisa assume: “À elite económica e social que faz da desigualdade a sua política, respondo com a universalidade do Estado social, com a solidariedade e a repartição da riqueza, com a luta por justiça climática e justiça social. A esquerda dirá presente a este desafio”.

O texto é, de resto, uma espécie de programa. Nele, a eurodeputada explica as implicações da pandemia no tecido social e económico e as soluções que vem propor. Por um lado, insistindo na “promoção do trabalho com direitos e a criação de emprego” pela parte laboral; por outro, no reforço dos serviços públicos e em particular do SNS, “contra os que querem deixá-lo refém dos privados”. O compromisso é feito na primeira pessoa: “Eu assumo o reforço do Serviço Nacional de Saúde – em profissionais, meios técnicos, autonomia de gestão, recursos financeiros – como primeiro garante da segurança de todos e do cuidado com todos”.

E, de novo, mais promessas assumidas em nome próprio: “A energia de um país solidário é a que me move e aquela por que lutarei nos próximos meses. Julgo que, sob a crise sanitária, compreendemos que o nosso desafio coletivo é o de sermos um país em que todos tenham vidas seguras. A pandemia ensinou-nos que os bens essenciais do país são o trabalho e os serviços públicos. É neles que temos que investir como pilares da segurança de todos”.

No Bloco, o processo de debate interno ainda terá de correr e de ser fechado até ao fim do verão - mas o texto de Marisa não fica longe de um discurso lido em campanha.

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