Política

Deputado Pedro Rodrigues apresenta demissão em rutura com Rio

Social-democrata queixa-se de que Rui Rio não envolve os deputados na tomada de decisões e que só as conhece pela comunicação social

O deputado do PSD Pedro Rodrigues apresentou a demissão de coordenador do grupo parlamentar do PSD na comissão de Trabalho e Segurança Social. Em causa está o que Pedro Rodrigues diz ser a desconsideração de Rui Rio pelos deputados eleitos em nome do partido.

“Não posso de modo algum manter-me indiferente à circunstância de decisões extraordinariamente importantes e estratégicas no domínio das áreas sob a responsabilidade da 10ª comissão serem tomadas sem a minha participação, tomando sistematicamente conhecimento das mesmas pela comunicação social ou no momento em que as mesmas se materializam”, escreve o deputado numa carta a que o Expresso teve acesso.

Pedro Rodrigues entrou conflito com Rui Rio depois de ter tentado forçar um referendo à eutanásia, proposta a que o líder do PSD nunca deu resposta. Na missiva agora apresentada, Rodrigues lembra isso mesmo. “Embora discordando, não me cabe pôr em causa o prolongado silêncio de V.Exa relativamente a uma iniciativa que desenvolvi a propósito do referendo sobre a eutanásia, em obediência aos meus princípios, na sequência de deliberação do Congresso e na defesa dos valores de uma relevante componente do nosso eleitorado”, escreve.

Ainda assim, Pedro Rodrigues sublinha que não foi esse o verdadeiro motivo que o levou a bater com a porta. “Tem sido com perplexidade e preocupação que tenho constatado que V.Exa não tem sentido necessidade de coordenar nesta fase crítica com a equipa de coordenação da 10ª comissão quer o sentido de voto em matérias fundamentais sob a responsabilidade da 10ª comissão, quer o conteúdo e a oportunidade de iniciativas parlamentares nesse mesmo âmbito ou mesmo de debates parlamentares de especial relevância nas áreas da segurança social e do trabalho.”

“Nesse sentido não me resta outra alternativa que não seja apresentar a minha demissão, com efeitos imediatos, das funções de coordenador dos deputados do PSD na 10ª comissão (...) A inexistência de envolvimento do coordenador dos deputados na 10ª comissão na discussão e definição das posições do grupo parlamentar, especialmente num momento especialmente crítico do ponto de vista social e em que as matérias relacionadas com a segurança social e do trabalho assumem uma centralidade no debate político e parlamentar, é algo que considero altamente preocupante e totalmente incompreensível”, remata.

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