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Como Marcelo (mais apagado) gere as “subtilezas” para viver em “harmonia” com Costa

Como Marcelo (mais apagado) gere as “subtilezas” para viver em “harmonia” com Costa
TIAGO MIRANDA

A coabitação corre "otimamente bem" e as duas personalidades conjugam-se "harmoniosamente", disse Augusto Santos Silva a abrir caminho para um apoio a uma recandidatura de Marcelo. Da parte de Belém, a relação convergente com António Costa será para manter, através de uma gestão que exige subtileza no jogo político e irrita os assessores presidenciais (o PR até tem recusado convites). Mas esta harmonia pode ter custos à direita.

Como Marcelo (mais apagado) gere as “subtilezas” para viver em “harmonia” com Costa

Vítor Matos

Jornalista

Poucas vezes um ministro tão relevante disse sobre um Presidente da República de outra cor política, a poucos meses da reeleição, que “as coisas correram otimamente bem” na convivência institucional. Quando Augusto Santos Silva afirma que as personalidades de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa se “combinaram harmoniosamente”, como o fez esta terça-feira na entrevista ao Jornal de Notícias, está não só a amarrar o Chefe de Estado ao Governo, como a remover obstáculos para um pré-apoio do PS à recandidatura do social-democrata - e também a aprovar o perfil de atuação de Belém durante a recente crise.

Quando não parece de braço dado, Marcelo mantém António Costa a um curto braço de distância, embora não deixe de descolar do Governo - como fez esta segunda-feira quando se distanciou do modelo de comemorações do 1º de Maio permitido pelo Executivo depois de a ministra da Saúde ter sublinhado que o seu decreto é que abriu a porta à manifestação da CGTP.

Num momento em que o primeiro-ministro tem índices positivos excecionalmente altos (uma sondagem JN/TSF dava-lhe 74% de aprovação e 83% ao PR), Rebelo de Sousa tem perante si um chefe de Governo que passou a ter mais peso do que um primeiro-ministro minoritário: Costa evoluiu para um estilo mais presidencial, como os líderes que governam em maioria, e está mais reforçado do que no início do mandato que arrancou sob o signo de uma instabilidade contra a qual o PR chegou a avisar. Popularidade e aprovação é poder, e Marcelo sabe isso como ninguém. Toda esta conjugação de fatores, aconselha o Presidente a manter-se mais recuado e a apagar-se mais do que seria habitual

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