20 abril 2020 13:46
antónio pedro ferreira
Os convites às altas individualidades já começaram a chegar e o ex-Presidente da República irá estar presente nas comemorações do 25 de abril no Parlamento. Ramalho Eanes, no entanto, só irá por "responsabilidade institucional". Manuela Eanes optou por não ir.
20 abril 2020 13:46
Ramalho Eanes irá estar presente nas comemorações do 25 de abril na Assembleia da República, embora "discorde da modalidade". Em declarações ao Expresso, a chefe de gabinete do ex-Chefe de Estado, explicou que Eanes irá "apenas por responsabilidade institucional".
Confirmada a receção do convite do Presidente da Assembleia da República, o gabinete de Ramalho Eanes sublinha que o general "concorda com a celebração", mas "discorda da modalidade". Manuela Eanes, que também foi convidada, optou por não ir.
O modelo final das comemorações só ficará fechado esta segunda-feira ao fim da tarde, após uma reunião entre responsáveis da Secretaria Geral do Parlamento, da Direção Geral de Saúde e do Ministério da Saúde para tentarem pôr fim à polémica em torno da realização do evento.
Em causa está a necessidade de garantir que todas as regras de saúde pública estarão asseguradas na cerimónia, cuja realização tem sido contestada pelo CDS e pelo Chega, mas também por personalidades de esquerda, entre as quais o ex-deputado João Soares, que a classificou de "disparate".
O Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, que articulou com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a realização das comemorações apesar de o país se encontrar em estado de emergência, reafirmou ao Público que a cerimónia se deve realizar, argumentando que “Celebrar o 25 de Abril é dizer que não sairá desta crise qualquer alternativa antidemocrática”.
Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de abril já se manifestou contra esta comemoração,não irá estar presente e a Associação far-se-á representar apenas por uma pessoa. Aos grupos parlamentares foi imposto um limite de 1/3 dos seus deputados e alguns partidos já anunciaram que nem atingirão esse número.
Com convidados, cujo número também foi amplamente reduzido,o gabinete de Ferro Rodrigues afirmou ao Expresso que prevê um máximo de 110 pessoas no hemiciclo (o número habitual ronda as 700). Mas só a reunião desta tarde com as entidades de Saúde fechará o modelo.