20 abril 2020 17:38
marcos borga
PS e CDS não usam quota inteira. PSD dá primazia aos estreantes. Comunistas sentam um deputado por fila. E Ventura vai em protesto
20 abril 2020 17:38
Perante a polémica que está a rodear as celebrações do 25 de Abril, são já vários os partidos que decidiram não usar todos os assentos a que teriam direito. Assim, e pelas contas do Expresso, no sábado sentar-se-ão no Parlamento, no máximo, 65 deputados - menos do que os 77 permitidos.
Um dos partidos que irá abdicar, proporcionalmente, de mais assentos será também aquele que tem maior número de deputados. Com 108 lugares, o PS teria, segundo a regra que impõe que apenas um terço dos deputados esteja presente, direito a usar 36 - mas só estarão presentes 22 socialistas. Ou seja, apesar de ter sido um dos partidos a concordar com os moldes propostos pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, para a celebração, o PS sentará menos deputados do que o previsto.
Também o CDS usará apenas um quinto da sua representação, o que, neste caso, significa apenas um deputado. Ainda não está “escolhido” o representante, confirmou ao Expresso fonte oficial, mas já se sabe que, fora da quota de deputados, o próprio presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, não comparecerá na Assembleia,em protesto com a decisão de manter presencialmente a cerimónia. E o PAN, confirmou fonte oficial do partido, será representado apenas pela líder parlamentar, Inês Sousa Real.
No PSD, estão escolhidos os 27 parlamentares (um terço do total da bancada) que marcarão presença, tendo Rui Rio preferido dar primazia aos estreantes, como noticiava este fim de semana a Lusa. Ao Expresso, as bancadas da esquerda também confirmaram que usarão a sua quota de lugares permitidos, ou perto disso. O Bloco de Esquerda sentará, no sábado, seis parlamentares na bancada (Catarina Martins; três membros da direção da bancada; José Manuel Pureza, vice-presidente da AR; e Moisés Ferreira, que é o deputado responsável pela área da Saúde e fará uma intervenção dedicada ao SNS). E o PCP usará quatro lugares, perto de um terço dos seus dez (três membros da direção da bancada e o secretário-geral, Jerónimo Sousa, que irá discursar). Cada um se sentará numa fila, esclarece fonte oficial ao Expresso.
Nas bancadas mais pequenas a proporção é mais fácil de fazer. Do lado do PEV, confirmou o Expresso, só estará o deputado José Luís Ferreira. Nas bancadas de deputado único todos marcarão presença, embora nem todos concordem com a cerimónia. É o caso de André Ventura, que estará no Parlamento em protesto; ou de João Cotrim Figueiredo, da Iniciativa Liberal, partido que defendia - tal como o PAN - que deveria estar presente apenas um representante por partido.
O somatório total de possíveis lugares preenchidos dá um máximo de 65, menos do que os 77 permitidos (um terço da Assembleia). Como ficou decidido em conferência de líderes, com o aval de PS, PSD, BE e PCP, haverá ainda lugar para os convidados, que, segundo o “Público” escreve esta segunda-feira, não devem chegar aos 40 - ficando assim o número total mais perto da centena do que dos 130 inicialmente previstos, até porque há convidados que escolheram não ir, como é o caso de Francisco Rodrigues dos Santos ou do capitão de Abril Vasco Lourenço. Nomes como Ramalho Eanes, conforme o Expresso noticiou, estarão presentes apesar de discordarem dos moldes da cerimónia.
O modelo final ficará fechado ainda esta segunda-feira, após uma reunião que da secretaria-geral do Parlamento, a Direção Geral de Saúde e o Ministério da Saúde.