Política

António Costa contra "nervosismos" no 25 de abril: "Sigam o exemplo da Igreja"

António Costa, em entrevista ao Expresso
António Costa, em entrevista ao Expresso
Tiago Miranda

António Costa encontrou-se com o cardeal Patriarca e saíu a aconselhar "o exemplo da Igreja". O primeiro-ministro não quis tomar posição sobre a comemoração do 25 de abril no Parlamento: "Está tudo a ficar excessivamente nervoso", "não é momento de divisões"

António Costa contra "nervosismos" no 25 de abril: "Sigam o exemplo da Igreja"

Ângela Silva

Jornalista

"Estamos a chegar a uma fase em que (...) em que está tudo a ficar talvez excessivamente nervoso para o que é recomendável, depois da forma exemplar como temos vivido". À saída de um encontro com o Cardeal Patriarca de Lisboa, o primeiro-ministro recusou pronunciar-se sobre as comemorações do 25 de Abril no Parlamento - "não me quero pronunciar sobre a vida interna da Assembleia" - e sugeriu que se seguisse "o exemplo que a Igreja tem dado".

"Não é momento de divisões, é momento de nos mantermos unidos e de seguir o exemplo que a Igreja Católica tem dado. Relativamente a como se deve viver a fé de cada um, cumprindo as regras contra a pandemia", afirmou António Costa.

Sobre a vida interna do Parlamento e sem querer dizer o que pensa da realização das comemorações do 25 de abril que está a alimentar acesa polémica, Costa limitou-se a dizer: "Registo que a Assembleia tem vindo a manter o seu funcionamento normal, com os condicionamentos próprios desta circunstância".

Para acertar agulhas sobre a versão final das comemorações que Ferro Rodrigues decidiu (com a concordância do Presidente da República) manter no Parlamento , realiza-se esta segunda-feira à tarde uma reunião entre responsáveis da Secretaria Geral da Assembleia da República, da Direção Geral da Saúde e do Ministério da Saúde.

Em causa está a necessidade de garantir que todas as regras de saúde pública estarão asseguradas na cerimónia, cuja realização tem sido contestada pelo CDS e pelo Chega, mas também por personalidades de esquerda, entre as quais o ex-deputado João Soares que a classificou de disparate.

O Presidente da Assembleia da República reafirmouem declarações ao Público que a cerimónia se deve realizar, argumentando que “Celebrar o 25 de Abril é dizer que não sairá desta crise qualquer alternativa antidemocrática”

Sobre a reunião desta manhã com D. Manuel Clemente, o primeiro-ministro apontou que maio “é um mês particularmente importante para a Igreja Católica” e, por essa, razão, está a ser mantido o diálogo entre o Governo e a Igreja para perceber como acomodar celebrações com as medidas de distanciamento social necessárias, nomeadamente as celebrações do 13 de Maio, em Fátima.

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