Política

“Demagógico, populista”: Ana Catarina Mendes e Duarte Cordeiro arrasam proposta do PSD sobre IVA da luz

“Demagógico, populista”: Ana Catarina Mendes e Duarte Cordeiro arrasam proposta do PSD sobre IVA da luz
Ana Baião

“Não nos silenciaremos perante as desigualdades que as propostas do PSD implicariam neste Orçamento do Estado. Nem nos silenciaremos com o desvirtuar de um Orçamento responsável”, diz Ana Catarina Mendes. A proposta do PSD sobre o IVA na luz “está ferida de legalidade”, aponta Duarte Cordeiro, apelando à “responsabilidade política” dos sociais-democratas

Depois do ministro das Finanças foi a vez do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, e a líder da bancada parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, criticarem a proposta do PSD para descer o IVA da eletricidade. Aconteceu durante as Jornadas Parlamentares do PS, que arrancaram esta terça-feira em Setúbal.

Para Duarte Cordeiro, essa "proposta está ferida de legalidade", uma vez que aplica taxas diferentes de acordo com os tipos de consumo, sendo que o debate orçamental é "democrático" mas deve ser "responsável" sob pena de se comprometer o caminho de "continuidade". Já Ana Catarina Mendes foi mais taxativa: a proposta do PSD de descer o IVA da eletricidade para uso doméstico para 6% é não só uma "tremenda irresponsabilidade" como também uma "medida demagógica e populista", afirmou.

A líder parlamentar socialista disse também que o PSD tem consciência de que essa medida implicaria "custos orçamentais insuportáveis"e exigiria cortes em despesas em áreas como no Sistema Nacional de Saúde.

"Não nos silenciaremos perante as desigualdades que as propostas do PSD implicariam neste Orçamento do Estado. Nem nos silenciaremos com o desvirtuar de um Orçamento responsável", garantiu Ana Catarina Mendes, acusando o PSD de ter apresentado como propostas de alteração ao documento uma "lista de medidas avulsas" e "sem uma visão estratégica" para o país.

PS contra "coligações negativas"

Atualmente, sublinha a líder parlamentar do PS, os "radicalismos não podem triunfar nas respostas simplistas a problemas complexos". "Ceder, com silêncio ou inércia, significa ser coniventes com retrocessos sociais que não aceitamos", ìnsistiu. E aproveitou ainda para dar um recado ao PCP e ao BE, afirmando que o Governo irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance contra as "coligações negativas" em sede do debate na especialidade do Orçamento.

Reconhecendo que a nova composição parlamentar exige um debate mais alargado, Ana Catarina Mendes assegurou ainda que o Governo está disponível para continuar a dialogar com todos os partidos de forma a alcançarem-se consensos. "Continuaremos a aprofundar o diálogo construtivo com todas as forças políticas, privilegiando as pontes que criem e construam caminhos para o desenvolvimento justo e equitativo do país e para melhores condições de vida das pessoas", garantiu.

Por último, a líder parlamentar socialista disse esperar que as Jornadas Parlamentares do PS, sob o lema "Fazer no presente para construir o futuro", que decorrem esta terça e quarta-feira em Setúbal, sirvam para debater e encontrar soluções para os quatro desafios estratégicos assumidos pelo Governo para o país: demografia, combate às desigualdades, transição digital e alterações climáticas.

"Estas jornadas parlamentares cumprem-se também para ganharmos novas perspetivas e novas abordagens que nos permitam propor soluções sustentáveis e agregadoras, acompanhando a velocidade do futuro e respondendo aos desafios que diariamente nos surgem, sem nunca perder de vista que a nossa luta é a do combate às desigualdades. Esta é a missão que gostava que assumíssemos nos próximos quatro anos", rematou.

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