Política

Centeno admite ficar nas Finanças. Para já, até junho de 2020

Centeno admite ficar nas Finanças. Para já, até junho de 2020
MANUEL DE ALMEIDA/Lusa

Diz-se disponível para se manter como ministro das Finanças, mas para já fixa só esta meta: acabar o mandato no Eurogrupo, diz Centeno em entrevista ao “Jornal de Negócios”

Centeno admite ficar nas Finanças. Para já, até junho de 2020

David Dinis

Diretor-adjunto

É a primeira vez que Mário Centeno mostra efetiva disponibilidade para se manter nas Finanças depois das eleições legislativas:

“Primeiro vamos ver a opinião dos portugueses sobre esta legislatura”, nas eleições, assim como as propostas dos partidos. “Assumi um compromisso, esse compromisso foi até ao fim desta legislatura. Sou presidente do Eurogrupo, tenho como objetivo terminar o mandato… se o resultado das eleições assim o permitir”, diz Mário Centeno na entrevista ao Jornal de Negócios, nesta quinta-feira. “Mais do que a vontade pessoal

Porém, a disponibilidade para ficar - avançada pelo Expresso em Maio - é, para já, com uma data no calendário. É que o mandato à frente do Eurogrupo é de dois anos e meio, pelo que terminará em junho de 2020. E, acrescenta Centeno na entrevista, “depois vamos estabelecer novos compromissos, e o momento não é este” para os especificar. Dito de outra forma, se há quatro anos o compromisso de Centeno era para quatro anos, desta feita não será assim.

Na noite de quarta-feira - talvez sabendo já a resposta de Centeno -, António Costa deu o mesmo exemplo para sugerir que o seu ministro ficaria: "Cada um é livre de decidir o seu destino[...]. Mas quando ele diz que quer continuar a ser presidente do Eurogrupo, sabendo que para ser presidente do eurogrupo tem que ser membro do Governo, creio que é a melhor resposta, respeitando os portugueses, que pode ser dada”, disse o primeiro-ministro.

Na última sexta-feira, Centeno foi mais equívoco relativamente ao seu futuro, numa entrevistada dada à RTP. “Nessa altura veremos qual é o resultado eleitoral, qual é a decisão do senhor primeiro-ministro e se o apetite chega ou não chega“, disse então, depois de dizer que “essa é uma decisão que está por tomar”. E depois de mostrar reservas relativamente à sua vontade pessoal: “Se usar a expressão apetite, facilita a minha resposta”, disse o ministro, antes de admitir que a resposta seria ‘não’. “A verdade é que não se é ministro por apetite”. acrescentou.

Centeno, como se sabe, chegou a ser candidato à liderança do FMI. E também foi referido como hipótese para a Comissão Europeia. Os dois cenários, porém, acabaram por cair.

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