Política

Marques Mendes: “Hoje o panorama no SNS é pior do que no tempo da troika”

Marques Mendes: “Hoje o panorama no SNS é pior do que no tempo da troika”

Ex-líder do PSD defendeu no seu espaço habitual de comentário, na SIC, que António Costa está a usar o PSD de Rio como “um 112, um pronto-socorro”. A “obsessão” do PS é com a maioria absoluta

Luís Marques Mendes não tem dúvidas: a situação que o Serviço Nacional de Saúde é tão má que "hoje, o panorama no SNS é pior do que no tempo da troika". E tudo por causa de Mário Centeno, "o grande 'coveiro'" do sistema que todas as semanas recebe "um novo prego no caixão".

No seu habitual espaço de comentário na SIC, este domingo, o comentador atribuiu as dificuldades no SNS, ou pelo menos o seu agravamento durante esta legislatura, a duas razões: a redução do horário dos profissionais para 35 horas e as cativações do ministro das Finanças. O que significa que este é "um problema financeiro" e que não se resolve com uma nova Lei de Bases da Saúde - bandeira com que António Costa tem acenado, argumentou Marques Mendes, para simular que um novo instrumento virá "pôr em ordem a Saúde". "É mentira, a Lei de Bases não vai trazer nada de novo", sublinhou.

Também o processo de negociação desta lei mereceu críticas por parte do ex-líder do PSD, depois de uma série de avanços e recuos que vão levar PS e PSD a conversar para tentar chegar à aprovação da nova lei, tendo as conversações à esquerda, até ver, falhado. "Parece que quando António Costa não consegue resolver um problema à esquerda, vê no PSD uma espécie de 112, de pronto-socorro. Quer fazer do PSD uma espécie de partido muleta, é quase o grau zero da política".

A motivação do primeiro-ministro é, para Marques Mendes, clara: o PS está "obcecado com a maioria absoluta" e aproveita esta ocasião para se mostrar como "partido-charneira, que dialoga com todos". E, assim, tenta "esvaziar o centro" com a negociação da Lei de Bases com o PSD, esbatendo as diferenças entre os dois partidos, mesmo praticando um "exercício de hipocrisia política", uma vez que Costa vem dizendo e repetindo que é preciso substituir a atual Lei de Bases "da direita" (aprovada em 1990, quando Cavaco Silva era primeiro-ministro). Por outro lado, o comentador acredita que Costa está a tentar "humanizar" a sua imagem tendo em vista as eleições que aí vêm - "está a copiar Marcelo, viu-se bem em Pedrógão".

O ex-líder social-democrata aproveitou ainda para comentar o travão que o PS vai pôr ao fim das taxas moderadoras, e que, como o Expresso revelou este fim de semana, será faseado. "Isto faz-me lembrar o presidente dos Estados Unidos", ironizou, lembrando que Donald Trump ordenou esta semana um ataque aéreo ao Irão apenas para o cancelar minutos antes do seu início. "É o mundo de pernas para o ar."

Marques Mendes comentou também as declarações de Vítor Constâncio no Parlamento, classificando a atitude do ex-governador do Banco de Portugal como "lamentável" e declarando que "fica a suspeita de que foi conivente" com o assalto ao BCP: "Constâncio podia e devia ter impedido Berardo de ter mais votos no BCP".

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