Marques Mendes: Comendas de Berardo devem ser retiradas. E as de Sócrates também
O comentador disse este domingo à noite na SIC que Berardo foi aldabrão ou burlão. E não deve ser perdoado
O comentador disse este domingo à noite na SIC que Berardo foi aldabrão ou burlão. E não deve ser perdoado
Jornalista
No seu comentário semanal no "Jornal da Noite" da SIC, Luís Marques Mendes defendeu que devem ser retiradas as condecorações atribuídas a Joe Berardo.
E sobre o tema invocou também o nome de José Sócrates. Porque o ex-primeiro ministro foi agraciado a 21 de abril de 2005 com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Apesar de "não ter sido julgado nem condenado" a sua conduta "foi inadmissível no plano ético e mancha a imagem de Portugal".
Por isso, Marques Mendes defende que tal como a Berardo deve ser aberto, no caso das comendas, um processo disciplinar a José Sócrates.
Marques Mendes não é favorável a decisões personalizadas e prefere sempre critérios universais. Mas, no caso das condecorações de Berardo reconhece que "este é um caso especial, pela arrogância e má educação" que o empresário tem revelado.
"É um caso de polícia", sentenciou.
O "precedente Berardo" deve levar o Conselho das Ordens Nacionais a analisar outros casos, como de Zeinal Bava ou Hélder Bataglia, ambos envolvidos na Operação Marquês. E foi, neste ponto, que Mendes trouxe à colação a figura de Sócrates, defendendo que o seu caso deveria igualmente ser escrutinado.
Berardo "não foi acusado nem é arguido em nenhum processo e deve perder as condecorações", referiu o comentador, fazendo o paralelismo com Sócrates.
Sobre a dívida de 900 milhões de Berardo à banca, Marques Mendes defende a visão de que "as duas partes são culpadas e não têm perdão".
O empresário "no mínimo foi aldrabão, no máximo praticou o crime de burla". E, em qualquer cenário, "não merece perdão".
Já os gestores dos bancos atuaram "de forma dolosa ou negligente". Merecem, por isso, ser "responsabilizados e investigados". "Por muito menos, já vi noutros países pessoas irem para a cadeia", rematou Marques Mendes.
Segundo o comentador, estes casos judiciais como a Operação Marquês, falência do BES, ou investigação aos contratos das Parcerias Público-Privadas, funcionam como um teste à capacidade de decisão da nova Procuradora Geral da República, Lucília Gago.
A justiça "tem de ser célere". "Não é aceitável esta eternidade que leva a resolver estes casos. As pessoas indignam-se", disse Mendes.
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