Política

Azeredo Lopes vai terça feira ao Parlamento. Tancos será "inevitável"

Congresso do PS, domingo 27 de maio de 2018, na Batalha
Congresso do PS, domingo 27 de maio de 2018, na Batalha
TIAGO MIRANDA

O tema que leva Azeredo Lopes à Comissão Parlamentar de Defesa é a NATO. Mas o ministro vai ser apertado sobre Tancos. A reunião é à porta fechada. Azeredo Lopes mantém o silêncio sobre "eventuais fugas de informação" em processo a correr.

Azeredo Lopes vai terça feira ao Parlamento. Tancos será "inevitável"

Ângela Silva

Jornalista

Azeredo Lopes vai na próxima terça-feira à Comissão Parlamentar de Defesa e vai ser confrontado com os últimos desenvolvimentos do caso Tancos. "É inevitável", afirmou ao Expresso Pedro Roque, deputado do PSD e coordenador do partido naquela comissão.

O tema da audiência é a cimeira da NATO, mas Pedro Roque considera que "será uma boa oportunidade para o senhor ministro esclarecer o assunto. Foi dito que todo o material desaparecido em Tancos tinha sido encontrado, até com um bónus. O sr. ministro terá oportunidade de dizer se tem informações novas para dar ou se desmente a notícia do Expresso", afirma o deputado.

Para abrir espaço para a discussão do caso Tancos, Pedro Roque vai propôr um desdobramento da reunião de terça-feira: uma parte para falar da cimeira da NATO, outra para questionar o ministro da Defesa sobre a informação de que, afinal, parte do material roubado em Tancos ainda anda à solta.

À Lusa, o deputado João Rebelo, do CDS, reforça que o ministro da Defesa terá que ser confrontado com a “informação incorreta” prestada ao Parlamento sobre o material roubado há um ano. Estupefacto com a notícia do Expresso, o coordenador do partido na Comissão de Defesa, diz que “acompanha o comunicado do Presidente da República em que este manifesta preocupação”.

Marco António Costa, presidente da comissão de Defesa, diz neste sábado ao Expresso que a confirmar-se que ao contrário do que foi dito pelo Exército e pelo Ministério da Defes ainda andam à solta explosivos e granadas roubados de Tancos, está-se perante uma situação "muito grave" e "tudo isto vai obrigar a uma averiguação forte.”

A reunião com Azeredo Lopes decorrerá à porta fechada, não por pedido do ministro da Defesa, mas por decisão dos próprios deputados. Fonte oficial adianta ao Expresso que o ministro não deverá estar disponível para se alongar em declarações aos jornalistas, enquanto aguarda pelo desfecho da investigação a correr no Ministério Público

O Presidente da República concorda que é na investigação em curso que .se deve colocar o foco. Marcelo Rebelo de Sousa foi rápido a reagir à manchete do Expresso e colocou uma nota na página oficial da Presidência a reafirmar "de modo ainda mais incisivo e preocupado, a exigência de esclarecimento cabal do ocorrido com armamento em Tancos".

Numa referência indireta à guerra entre a Polícia Judiciária e a Polícia Judiciária Militar, que a notícia do Expresso ilustra com informações sobre escutas realizada pela PJ a dois telefones ao serviço da PJM, o Presidente da República acrescenta ter "a certeza de que nenhuma questão envolvendo a conduta de entidades policiais encarregadas da investigação criminal, sob a direção do Ministério Público, poderá prejudicar o conhecimento, pelos Portugueses, dos resultados dessa investigação. Que o mesmo é dizer o apuramento dos factos e a eventual decorrente responsabilização. "

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: AVSilva@expresso.impresa.pt

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