A ministra da Administração Interna insistiu esta segunda-feira que há registo de 64 vítimas mortais do incêndio de Pedrógão Grande, sublinhando que os critérios dessa lista ficam a cargo da Polícia Judiciária e do Ministério Público.
“O Governo não mantém nenhuma lista secreta. Não é o Governo que tem a lista, mas o Ministério Público que é independente do Governo. (...) A lista de vítimas consta de um processo judicial do Ministério Público, que classificou o processo como segredo de justiça”, afirmou Constança Urbana de Sousa esta manhã aos jornalistas.
Questionada sobre critérios da constituição da lista de vítimas mortais, a ministra garantiu que são de natureza “muito objetiva” e que todos os dados estão a ser confirmados pelas entidades competentes. Mas frisou ser fundamental distinguir entre as vítimas diretas e indiretas da tragédia. “O Ministério Público está a fazer o seu trabalho e é a ele que compete investigar todas essas mortes. O Governo pode questionar o Ministério Público e já o fez.” “É preciso saber e perguntar se há essa divergência [sobre o número de vítimas]”, reforçou.
Constança Urbano de Sousa remeteu mais esclarecimentos após o “inquérito exaustivo final”, depois de uma comissão independente apurar as causas e os contornos do incêndio em Pedrogão. No final do mês, a GNR deverá também divulgar o seu relatório.
A governante alinhou-se assim com os dados da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) que afirmou há dois dias que o incêndio em Pedrogão Grande fez 64 mortos, em “consequência direta” do fogo, frisando que outros possíveis casos não se enquadram nos critérios estabelecidos.
O Expresso avançou este sábado que houve pelo menos mais um morto do que apontam os números oficiais do incêndio de Pedrógão Grande, vítima de atropelamento quando tentava fugir das chamas.
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