"Para descrever aquilo que sinto neste momento bastarão duas palavras: humildade e gratidão". Foi assim que António Guterres falou, pela primeira vez em público, sobre a sua escolha para secretário-geral da ONU.
O socialista exprimiu "gratidão em relação aos membros do Conselho de Segurança pela confiança exprimida, gratidão à assembleia geral da ONU e a todos os Estados-membros". Começou também por agradecer aos adversários, ao Governo português e aos diplomatas que o apoiaram nesta caminhada.
Segundo Guterres, tratou-se de "um processo exemplar de transparência e abertura", feito "por consenso e de forma atempada" que "prestigiou" as Nações Unidas.
Por isso, o português, que aguarda agora a eleição formal pela assembleia-geral das Nações Unidas, apelou a que "tal facto seja simbólico e represente capacidade acrescida do Conselho de Segurança para em unidade e consenso ter a possibilidade de tomar a tempo as decisões que o mundo conturbado em que vivemos exige".
Depois da gratidão, a humildade. Guterres prometeu "humildade face aos novos e complexos desafios", "humildade para servir os mais vulneráveis, as vítimas dos conflitos, violações de direitos e injustiça deste mundo" e, por fim, "humildade para receber a inspiração que vem dos trabalhadores e parceiros da ONU que enfrentam os maiores perigos ao serviço da comunidade internacional".
O ex-primeiro-ministro fez a declaração aos jornalistas no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, repetindo em português, inglês, francês e espanhol o mesmo discurso.
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