Na sequência do acidente nuclear de Fukushima em 2011, os Estados-membros da União Europeia comprometeram-se em transpor uma nova diretiva Euratom até agosto de 2017. Enquanto tal não acontece, a responsabilidade pela segurança de uma instalação nuclear continua a ser do titular da licença e da entidade reguladora. É o que acontece em Espanha, nomeadamente com a central nuclear de Almaraz, a mais antiga das cinco ainda em funcionamento no país vizinho e cuja segurança é posta em causa pelo eurodeputado socialista Carlos Zorrinho.
“Gostava de poder acreditar que a Comissão está a fazer tudo o que devia para promover a segurança das centrais nucleares no território da União, como afirma que está a proceder com a nova central de Ostrovets, em construção na Bielorrússia. Em Almaraz. por exemplo, não está.” A afirmação foi feita pelo eurodeputado socialista durante um debate sobre a instalação da nova central bielorrussa e teve por base as respostas da Comissão Europeia às questões colocadas, em abril, sobre Almaraz.
Em resposta escrita enviada há uma semana, o comissário Arias Cañete afirmou que "os Estados-membros, incluindo Espanha, estão em vias de adotar medidas de transposição e têm de alinhar as respetivas molduras regulamentares pela Diretiva 2014/87/Euratom até 15 de agosto de 2017". Este dilatar no tempo coloca neste momento a Comissão Europeia sem qualquer informação adicional sobre as medidas que os Estados-membros tencionam adotar, nem como estas "irão afetar os planos de investimento e as necessidades das diversas centrais nucleares".
Segundo Zorrinho, para cumprir com a nova diretiva, "a União Europeia precisa de 330 mil milhões de euros para encerrar ou modernizar as centrais nucleares em funcionamento, mas só um terço dessa verba está provisionada".
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