Política

Zorrinho põe em causa segurança de central nuclear de Almaraz

Central Nuclear de Almaraz, nas margens do Tejo
Central Nuclear de Almaraz, nas margens do Tejo
João Carlos Santos

Eurodeputado Carlos Zorrinho afirma que a Comissão Europeia “não está fazer tudo o que devia” para promover a segurança da central nuclear espanhola de Almaraz, a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa e “exige garantias de mais segurança”

Zorrinho põe em causa segurança de central nuclear de Almaraz

Carla Tomás

Jornalista

Na sequência do acidente nuclear de Fukushima em 2011, os Estados-membros da União Europeia comprometeram-se em transpor uma nova diretiva Euratom até agosto de 2017. Enquanto tal não acontece, a responsabilidade pela segurança de uma instalação nuclear continua a ser do titular da licença e da entidade reguladora. É o que acontece em Espanha, nomeadamente com a central nuclear de Almaraz, a mais antiga das cinco ainda em funcionamento no país vizinho e cuja segurança é posta em causa pelo eurodeputado socialista Carlos Zorrinho.

“Gostava de poder acreditar que a Comissão está a fazer tudo o que devia para promover a segurança das centrais nucleares no território da União, como afirma que está a proceder com a nova central de Ostrovets, em construção na Bielorrússia. Em Almaraz. por exemplo, não está.” A afirmação foi feita pelo eurodeputado socialista durante um debate sobre a instalação da nova central bielorrussa e teve por base as respostas da Comissão Europeia às questões colocadas, em abril, sobre Almaraz.

Em resposta escrita enviada há uma semana, o comissário Arias Cañete afirmou que "os Estados-membros, incluindo Espanha, estão em vias de adotar medidas de transposição e têm de alinhar as respetivas molduras regulamentares pela Diretiva 2014/87/Euratom até 15 de agosto de 2017". Este dilatar no tempo coloca neste momento a Comissão Europeia sem qualquer informação adicional sobre as medidas que os Estados-membros tencionam adotar, nem como estas "irão afetar os planos de investimento e as necessidades das diversas centrais nucleares".

Segundo Zorrinho, para cumprir com a nova diretiva, "a União Europeia precisa de 330 mil milhões de euros para encerrar ou modernizar as centrais nucleares em funcionamento, mas só um terço dessa verba está provisionada".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ctomas@expresso.impresa.pt

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