Numa troca rápida de mensagens, combinámos falar ao telefone às 22h, para que Maria tivesse tempo de deitar os seus três pequenos filhos (um com cinco anos, outro três e um bebé de 7 meses), antes de se dedicar a falar destes tempos de confinamento. Um horário que tem vindo a ser adotado nas últimas semanas, porque é nesse intervalo entre adormecer os filhos e terminar o seu dia que Maria Spratley aproveita para fazer muitas das tarefas profissionais, como gravar vídeos de treino para os seus alunos. "Durante o dia não consigo trabalhar. Tem de ser manhã cedo ou depois de deitar os meus três filhos, mudo de roupa e preparo tudo para gravar o treino, que depois envio por whatsapp ou publico nas redes sociais", afirma a professora especializada em ginástica sénior. Um desafio e um esforço que faz sem hesitar, porque assumiu o tempo de confinamento como o "tempo de missão" de não perder o contacto com os seus cinquenta alunos, muitos deles em aulas na 'Ginástica+50' há mais de dez anos. "Desde o início assumi o compromisso de gravar treinos e nunca falhei. Envio e depois cada um faz ao seu ritmo." Segundo a personal trainer, muitos deles até treinam mais agora do que antes da pandemia. Talvez porque é a forma de se "focarem em algo que lhes faz bem" e que ajuda a libertar a pressão de fazerem parte do grupo de risco mais visado na pandemia da covid-19. Já Maria não perde a esperança de voltar a reunir os alunos numa aula de grupo, mas enquanto o futuro permanece uma incógnita, a professora aproveita um dia de cada vez para treinar e motivar os seus alunos à distância da tecnologia.
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