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Que voz é esta?

Dia Mundial da Prevenção do Suicídio: “85 a 90% das pessoas que morrem por suicídio têm uma doença mental. É o principal fator de risco”

José Carlos Santos foi relator do Programa Nacional de Prevenção do Suicídio e presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia.
José Carlos Santos foi relator do Programa Nacional de Prevenção do Suicídio e presidente da Sociedade Portuguesa de Suicidologia.

O número de pessoas que se suicidam todos os anos em Portugal tem-se mantido mais ou menos estável ao longo dos anos, mas isso não é necessariamente positivo. É preciso cuidar melhor dos jovens, que recorrem "cada vez mais a comportamentos auto-lesivos como forma de se integrarem em grupos", e das pessoas LGBTI+, cuja probabilidade de se tentarem suicidar é até sete vezes maior comparativamente à população em geral. José Carlos Santos, enfermeiro especialista em saúde mental e psiquiatria, e professor na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, é o convidado do mais recente episódio do podcast "Que Voz é Esta?", dedicado ao tema do suicídio e publicado este domingo, em que se assinala o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio

Dia Mundial da Prevenção do Suicídio: “85 a 90% das pessoas que morrem por suicídio têm uma doença mental. É o principal fator de risco”

Helena Bento

Jornalista

Dia Mundial da Prevenção do Suicídio: “85 a 90% das pessoas que morrem por suicídio têm uma doença mental. É o principal fator de risco”

Salomé Rita

Sonoplasta

Dia Mundial da Prevenção do Suicídio: “85 a 90% das pessoas que morrem por suicídio têm uma doença mental. É o principal fator de risco”

João Carlos Santos

Fotojornalista

O número de pessoas que se suicidam todos os anos em Portugal tem-se mantido mais ou menos estável ao longo dos anos. Em 2021, ano dos últimos dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, a taxa de suicídio foi de 8,9 por 100 000 habitantes, o que corresponde a 919 pessoas. Mas a inexistência de grandes oscilações não deve ser encarada como positiva.

"Nas últimas décadas, conseguimos, por exemplo, diminuir a mortalidade associada às doenças cerebrovasculares e os acidentes de viação também diminuíram brutalmente. Mas os números do suicídio mantêm-se inalteráveis. É preciso mudar isto", sublinha José Carlos Santos, enfermeiro especialista em saúde mental e psiquiatria, e professor na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

No mais recente episódio do podcast "Que Voz é Esta?", o especialista defende que para diminuir o número de suicídios é necessário "um olhar global" e a participação de vários ministérios. “Esta área não pode ser da exclusiva responsabilidade da Saúde. O plano de prevenção do suicídio da Noruega, por exemplo, envolve oito ou nove ministérios.” Entre os grupos de risco para o suicídio estão as forças de segurança, os jovens e as pessoas com maiores dificuldades económicas. Por isso, "tanto o Ministério da Administração Interna como o do Trabalho, Educação e Ensino Superior devem ter algo a dizer".


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