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Ataque ao hospital pediátrico em Kiev: Iryna Shev conta o que viu nos corredores e durante as operações de salvamento

Pais e crianças de 10 ou 11 anos a retirar pedras dos escombros, à mão, para ajudar as autoridades a chegar mais rápido a quem possa estar soterrado, bombeiros a tentarem apagar o fogo quando os pedaços do edifício no caminho impedem que a mangueira chegue ao foco do incêndio, crianças doentes fora do hospital, à espera de transporte para outros locais onde possam continuar o tratamento de doenças que, em alguns casos, são graves. Tudo isto foi testemunhado esta segunda-feira pela correspondente da SIC Notícias e frequente colaboradora do Expresso Iryna Shev, que nos conta a reação dos ucranianos a este que é um dos mais graves ataques russos desde o início da guerra. Oiça aqui

Ataque ao hospital pediátrico em Kiev: Iryna Shev conta o que viu nos corredores e durante as operações de salvamento

Ana França

Jornalista da secção Internacional

O Hospital pediátrico de Kyiv, que foi atingido na segunda-feira por um míssil russo, era um dos maiores da Europa. Tratava centenas de crianças todos os dias e muitas estavam internadas com doenças graves.

O ataque foi na segunda-feira, mas nas redes sociais continuam a circular milhares de vídeos e fotografias de crianças assustadas, paradas no meio dos escombros, outras ainda com o cabide do soro ao seu lado e a cabeça enfaixada a tapar ferimentos provocados pela explosão.

Há um ano a viver na capital ucraniana, Iryna Shev tinha pedido à SIC Notícias, canal para o qual trabalha como correspondente em Kiev, um dia de folga. Mas não o teve, nem seria possível. Pelas 10 da manhã começaram a cair as bombas na capital, as sirenes avisavam toda a gente para seguir para o abrigo e só depois de sair do abrigo é que Iryna reparou numa enorme nuvem cinzenta que não dissipava. Seguiu até lá, e quando chegou percebeu que estava perante um dos um dos piores ataques desde o início da guerra.

Neste episódio vamos ouvi-la contar o que viu, o que as pessoas lhe disseram e por que razão este tipo de ataques não vão mudar a forma como os ucranianos veem o caminho para o fim do conflito.

Um dia antes da cimeira da NATO em Washington, Vladimir Putin decidiu voltar a mostrar que não está preocupado com a paz, apesar de a defender em várias reuniões que vai tendo com líderes como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, ou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

Só nos ataques de segunda-feira, que afetaram toda a Ucrânia, morreram pelo menos 41 pessoas.


Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt

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