Presidente da Guiné-Bissau tem “ciúmes” de Amílcar Cabral?
Umaro Sissoco Embaló “tenta apagar” a memória do líder histórico, “o grande homem que fundou” o país, relata a jornalista Joana Ascensão, que recentemente esteve em trabalho de reportagem na Guiné-Bissau. Em sentido oposto, “há uma nova geração a resgatar Amílcar Cabral”. Oiça aqui o podcast O Mundo a Seus Pés
Quase três meses depois de ter dissolvido o Parlamento, ao arrepio do prazo inscrito na Constituição para o poder fazer, Umaro Sissoco Embaló é um homem acossado pelas críticas, que até já chegam do seu partido, o Madem G-15. E se em janeiro apontava novas legislativas para outubro/novembro, agora o Presidente da República promete eleições antes da época das chuvas, em junho – mas sem garantias.
Uma mulher vende frutas e legumes no mercado, em Bissau.
A somar a tudo isto, o conselheiro especial do Presidente pediu este mês a demissão do cargo. O ex-primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam justificou a decisão com a “falta de diálogo”, as “constantes interferências” e a tentativa de Sissoco Embaló de “politizar e sequestrar as forças de segurança”.
Recém-regressada da Guiné-Bissau, a jornalista Joana Ascensão fala de “um país em bruto”, onde se nota “uma ausência de Estado” e um crescente “mal-estar na sociedade” perante a “apatia da comunidade internacional”.
Dautarin da Costa é sociólogo, professor e ex-ministro da Educação da Guiné-Bissau
Por outro lado, se o atual Presidente “tenta apagar” a memória de Amílcar Cabral no ano do centenário do seu nascimento, também “há uma nova geração a resgatar” o líder histórico nacional, conta a jornalista do Expresso.
Este episódio foi conduzido pelo jornalista Hélder Gomes e contou com a sonoplastia de Tomás Delfim e João Martins.
Rugui Buaro assegura a emissão da tarde, em crioulo, na única rádio onde só mulheres estão autorizadas a trabalhar, na Guiné-Bissau