O autocarro só passava à quinta. E os que ficavam doentes à sexta? Uma médica portuguesa em cenários de desespero
Viu crianças que já não iria conseguir salvar. Não que tivessem doenças raras, incompreensíveis à medicina moderna, mas porque os pais não tinham forma de se deslocar até um centro de saúde. Mónica Costeira já esteve nos campos de refugiados da Grécia, no Iémen, no Sudão do Sul e em outros locais onde a sua especialidade, a pediatria, é escassa e pode salvar as vidas que acabaram de começar
Mónica Costeira é médica pediatra, nasceu em Aveiro, e decidiu que iria começar a exercer a sua profissão em cenários onde a carência de assistência médica mais se faz sentir. Exerce também em Portugal, entre missões, mas diz que aqui, apesar de todos os médicos serem precisos, os pediatras são ainda mais essenciais em locais onde a falta de cuidados neonatais dita todos os dias o fim de vidas que acabaram de começar. E por razões que na Europa já quase desapareceram das preocupações dos pais.
Em 2011 e 2012, Mónica, 36 anos, esteve na Guiné-Bissau, depois nos campos de refugiados da Grécia, e em seguida para o Sudão do Sul, Iémen e Timor. Em breve parte para o Afeganistão com os Médicos Sem Fronteiras, a ONG com a qual mais tem colaborado nestas deslocações.
Neste episódio de O Mundo a Seus Pés, o podcast de temas internacionais do Expresso, ela vai falar-nos de como um médico se prepara para situações de conflito, das leituras sobre os hábitos culturais locais que são obrigatórias antes de partir e também do que viu e do que mais a marcou nos locais onde esteve em missão. Vamos também perceber como é que um médico trata da sua própria saúde mental.
A condução de O Mundo a Seus Pés é rotativa entre os jornalistas Cristina Peres, Pedro Cordeiro, Manuela Goucha Soares e Ana França. Subscreva e ouça mais episódios no site do Expresso ou na sua plataforma preferida de podcasts.