O Futuro do Futuro

“O gabinete de um primeiro-ministro não pode comunicar por WhatsApp, tem que ter uma aplicação segura”

A espionagem já deixou há muito de ser um exclusivo dos filmes, mas o Estado ainda terá de explicar a alegada interdição da Huawei nas redes de 5G portuguesas, defende Hugo Costeira, presidente do Observatório de Segurança Interna (OSI). “Não podemos interditar uma marca só porque é da China ou só porque é da Rússia”, responde o especialista em segurança no podcast Futuro do Futuro. O presidente do OSI critica o processo legislativo que tem envolvido os metadados e não tem pruridos em considerar que a missão de salvar vidas humanas pode estar acima do próprio RGPD

José Fernandes

Hugo Costeira, presidente do Observatório de Segurança Interna (OSI), diz que é tempo de os vários organismos estatais deixarem de usar as aplicações de mensagens e comunicações encriptadas mais famosas. “O gabinete de um primeiro-ministro não pode comunicar por WhatsApp, tem que ter uma aplicação para comunicar de forma segura”, responde o especialista em segurança, num episódio do Futuro do Futuro que tem por tema a espionagem eletrónica.

“Não podemos ter juízes a comunicar em grupos do Whatsapp”, adianta Hugo Costeira. Sem referir nomes ou marcas, o presidente do OSI aponta como um exemplo de más práticas o caso de “uma entidade governamental” que investiu “perto de 2 milhões de euros numa aplicação de comunicações que nem sequer se conseguiu certificar”. Segundo Hugo Costeira, as comunicações de agentes de PSP, GNR, e serviços de informações, e também de parte dos profissionais de alguns ministérios deveriam ter ferramentas com proteções certificadas contra escutas e interceções.

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