O Futuro do Futuro

“Os drones vigiam áreas cada vez mais longe e estão no ar cada vez mais tempo. Não tenho qualquer dúvida que um dia vão transportar pessoas”

Ricardo Mendes é o líder da Tekever, uma das maiores fabricantes de drones da Europa, e tem vindo a fornecer tecnologia ao exército ucraniano no esforço de combate. “Os nossos equipamentos são um alvo para as forças inimigas”, diz. Em entrevista ao Futuro do Futuro, fala sobre Inteligência Artificial e como vão ser os novos drones, cuja inovação tecnológica permite que voem cada vez mais longe, durante mais tempo e com muito mais peso e sensores. Oiça aqui o podcast

“Os drones vigiam áreas cada vez mais longe e estão no ar cada vez mais tempo. Não tenho qualquer dúvida que um dia vão transportar pessoas”

Nuno Fox

Fotojornalista

“Os drones vigiam áreas cada vez mais longe e estão no ar cada vez mais tempo. Não tenho qualquer dúvida que um dia vão transportar pessoas”

Salomé Rita

Sonoplasta

Ricardo Mendes, diretor executivo da Tekever, pouco antes da entrevista para o Futuro do Futuro
NUNO FOX

Mesmo rejeitando tornar-se um fabricante de armamento, a Tekever acabou por fornecer drones que captam dados do terreno para o exército ucraniano durante a guerra contra os invasores russos. Ricardo Mendes, diretor executivo da empresa portuguesa, não pode fornecer detalhes sobre as encomendas, mas não tem dúvidas de que os drones da Tekever vão estar na mira do inimigo.

“Claro que os nossos equipamentos são e serão um alvo para as forças inimigas, sejam elas civis ou militares”, refere o líder da Tekever, admitindo também que quem pratica desvios de combustível gostaria de poder mandar abaixo drones da Tekever que, neste caso, monitorizam oleodutos e refinarias.

O fornecimento de drones para apoio das forças armadas ucranianas foi feito tendo em conta a posição que a NATO assumiu face ao conflito, mas Ricardo Mendes afasta a hipótese de fornecer o mesmo tipo de equipamento ao exército russo: “Não queremos nem não podemos fornecer drones à Rússia”, garante o líder da Tekever, aludindo às regras que exigem a autorização do governo português para a cedência de tecnologias que podem ser usadas em cenário de guerra.

Ricardo Mendes lembra que a Tekever não pretende tornar-se fabricante de armamento
NUNO FOX

Nas iniciativas com propósitos humanitários, Ricardo Mendes enalteceu um novo projeto que permitiu equipar drones que monitorizam o Canal da Mancha e o Mediterrâneo para o lançamento de balsas flutuantes, que não salvam toda a gente nem são as mais resistentes das embarcações, mas sempre permitem ganhar alguns minutos a migrantes naufragados.

Imagens de uma balsa flutuante, lançada por um dos drones da Tekever

Foi precisamente este projeto que levou Ricardo Mendes a trazer para o podcast Futuro do Futuro uma foto de um drone da Tekever já devidamente equipado com uma balsa flutuante.

O desenvolvimento de um drone de grande porte, com a denominação temporária de ARX, poderá levar a Tekever a estrear-se nos voos intercontinentais até ao início de 2025, mas ainda não há planos definidos para um eventual transporte de pessoas. O que não significa que a indústria não vai acabar por avançar nesse sentido.

“Não tenho dúvida de que os drones vão transportar pessoas”, prevê líder da Tekever .

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No segundo desafio do Futuro do Futuro, Ricardo Mendes trouxe um som que tem no final da banda sonora um ruído de lançamento com catapulta – um dos sistemas de lançamento que começaram a ser desenvolvidos para o drone AR3.

Tiago Pereira Santos

Hugo Séneca conversa com mentes brilhantes de diversas áreas sobre o admirável mundo novo que a tecnologia nos reserva. Uma janela aberta para as grandes inovações destes e dos próximos tempos. Oiça aqui todos os episódios:

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