Em janeiro de 1977, o Governo liderado por Mário Soares acabou com uma bizarra proibição de 50 anos e autorizou finalmente a distribuição da Coca Cola no território continental. Três anos depois da Revolução, Portugal abria as portas ao mundo, assim simbolizado numa garrafa de refrigerante que o anterior regime associava a uma ideia de modernidade que em nada lhe agradava.
No final de março, enquanto formaliza o pedido de adesão à então CEE, Soares desdobra-se em contatos internacionais para conseguir crédito com que fazer face à iminente bancarrota. Em 1977, como agora, a crise não dá tréguas: a inflação não pára de crescer (chega a ser superior a 20%), o desemprego está acima dos 7%, os juros para o crédito ao consumo chegam aos 27%, os do crédito à habitação são subsidiados por forma a não subirem acima dos 15%, o escudo não pára de desvalorizar. E é neste contexto que o FMI chega a Portugal, para a primeira de várias intervenções.
Com exceção de maio, mês da estreia do primeiro episódio da saga Star Wars, foi um ano triste para as artes: Elvis, o "rei do rock and roll", morreu a 16 de agosto, com apenas 42 anos. Precisamente um mês depois, a 16 de setembro, morre a diva Maria Callas, aos 53 anos. E a 25 de dezembro é Charlie Chaplin, com 88 anos.
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