Neto de moleiro e filho de polícia, criado e crescido no bairro de Campolide, Adriano Moreira namorou a oposição a Salazar mas acabou sendo seu ministro, tentando reformar o regime e o império por dentro antes de serem varridos a partir de fora. O regime democrático não lhe vedou as portas a um sem-número de elevados cargos, como deputado à Assembleia da República, de que foi vice-presidente de 1991 a 1995, presidente do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior, de 1998 a 2007, ou membro do Conselho de Estado, de 2015 a 2019. Líder do CDS, deixou vasta obra escrita, quer académica quer de intervenção cívica, fundando uma importante escola de estudos políticos e sociais, o ISCSPU, local onde sempre foi aclamado como figura tutelar.
De morte natural nunca ninguém morreu, dizia Jorge de Sena. Ainda assim, Desastres Naturais fala de mortes alheias, todas as semanas. Uns mais famosos do que outros, estrangeiros e nacionais, todos podem figurar nos obituários feitos por António Araújo. Com uma certeza, porém: só ouve quem estiver vivo. Ouça mais episódios:
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