Vasco de Mello: “Somos 12 irmãos e temos muito presente o legado empresarial que nos deixaram e que queremos perpetuar”
Em entrevista a Francisco Pinto Balsemão, no podcast Deixar o Mundo Melhor, o empresário que liderou o grupo CUF durante 16 anos fala do legado e da vocação familiar que herdou, a vida na Suíça após o 25 de abril, o definitivo regresso a Portugal, a liderança da CUF e da Brisa, entre outras. “Não penso meter-me na política, não tenho as competências para me meter na política”, afirma aos 65 anos
Nasceu a 27 de outubro de 1956 no seio de uma família de "vocação empresarial", que atravessou regimes e revoluções. Bisneto materno de Alfredo da Silva, o industrial que fundou a CUF no final do século XIX - empresa que começou por produzir sabões, velas e, mais tarde, adubos - Vasco de Mello tinha 17 de anos no 25 de Abril de 1974. Em setembro desse ano, partiu com a mãe e os seus 11 irmãos para a Suíça, por entenderem que a família tinha deixado "de ter condições de segurança para continuar em Portugal".
O pai, José Manuel de Mello, permaneceria no país até o grupo CUF ser nacionalizado, em agosto de 1975. Poucos anos depois, recompra a Quimigal, quando a empresa é privatizada, e reconstrói o grupo. Vasco voltaria definitivamente em 1989, para se dedicar aos negócios da família: "Sempre quisemos honrar este legado, é uma responsabilidade, mas sinto-me completamente livre. Revemo-nos na origem do Grupo CUF – falo por mim, pela minha família nuclear, e pelos meus irmãos".
Mantém-se no ativo - ainda que menos intensamente - e, nesta conversa, lembra que a primeira unidade de saúde CUF abriu em 1945: "Era um hospital exclusivamente vocacionado para os trabalhadores da CUF, e isto representa bem o que era a responsabilidade social numa altura em que não se falava nesse tema".
Francisco Pinto Balsemão lança o podcast “Deixar o Mundo Melhor” para assinalar o início das comemorações dos 50 anos do Expresso. Durante 50 semanas, e em contagem decrescente para o dia de aniversário a 6 de janeiro de 2023, o fundador e primeiro diretor do jornal entrevista 50 personalidades marcantes dos mais diversos sectores da sociedade.
Com música original de Luís Tinoco, a sonoplastia é de Joana Beleza e João Luís Amorim, o vídeo e a edição de José Cedovim Pinto, Carlos Paes e Rúben Tiago Pereira. A transcrição é de Joana Henriques e o apoio à edição de Manuela Goucha Soares. Imagem gráfica de Marco Grieco e produção de Margarida Gil.
“Deixar o Mundo Melhor” pode ser ouvido no site do Expresso e em qualquer plataforma de podcasts. Também pode ler uma versão sintética desta conversa na revista do Expresso de 2 de setembro. Oiça aqui os outros episódios:
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