A pandemia deixou ainda mais evidente os problemas de saúde mental que afetam a população portuguesa, especialmente para as consequências do confinamento nas gerações mais novas. Mas esta é uma preocupação que não surgiu com o vírus SARS CoV-2. Uma em cada seis crianças e adolescentes vão desenvolver perturbações mentais, números que denunciam a gravidade de uma situação que, para ser alterada, depende essencialmente de comportamentos preventivos e uma vigilância atenta. O que fazer para combater este flagelo num país que ainda não considera a saúde mental uma prioridade?
Não basta abrir as escolas e garantir que o ensino presencial regresse. É preciso garantir desde a creche até à universidade um rastreio que avalie os problemas de saúde mental de todas as crianças, principalmente aquelas em situação mais vulnerável e se assegure uma intervenção psicológica especializada, individualizada e gratuita para todas as crianças e famílias que necessitem.
No imediato, o debate deste episódio do "As Crianças Importam" visa nos ajudar e ajudar as famílias e os mais novos no regresso às aulas. A pandemia não acabou, o vírus não desapareceu, mas o desejo de estarmos juntos é maior do que o medo. A grande maioria da população está vacinada, muitos jovens também foram imunizados, mas bastará isso para garantir que as memórias do confinamento ficam no passado? Será que por terem sido poupadas a infeções graves que as crianças passaram ao lado da pandemia? Mas a questão da saúde mental é muito mais abrangente do que o fenómeno da covid-19. Há questões estruturais que devem ser combatidas e que fazem parte desta discussão.
Com a participação da jurista Odete Severino Soares e da psicóloga Rute Agulhas, conversámos com o Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Francisco Miranda Rodrigues, e com Sofia Machado, estudante de Guimarães de 14 anos. Uma conversa que pretende ajudar as famílias a lidarem com as perturbações mentais, com os efeitos da pandemia - medo, incerteza e insegurança e isolamento, e, principalmente, com a preparação para o início do ano letivo. É importante retomar a normalidade. Como sempre, o debate é guiado e moderado pela jornalista Christiana Martins e a sonoplastia é de João Luís Amorim. A cada 15 dias, voltamos com um novo tema e com a participação de especialistas e crianças e jovens.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: CAMartins@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes