A Hungria está na União Europeia e na NATO e, mesmo tendo feito parte do Bloco de Leste, é hoje um país claramente ocidentalizado. Mas a deriva autoritária de Viktor Órban faz com que hoje assuma uma posição em que os pontos de convergência e alinhamento com o regime russo de Vladimir Putin são evidentes.
Como é que, afinal, o Governo populista de Órban lida com Putin e com a Guerra?
Viktor Órban e Vladimir Putin vêm no Ocidente democrático um mundo de “decadência e depravação”, versus os valores autoritários de que tanto gostam. Há claramente um lado ideológico que os aproxima. Mas a dependência e a integração europeia da Hungria estão hoje muito consolidadas. E o próprio povo húngaro é claramente pró-europeu.
Este é um país que adopta uma posição “em cima do muro”. Nesta guerra, Órban foi mantendo-se do lado Ocidental, forçando que o desenho das sanções europeias à Rússia fosse o mais possível ao encontro dos interesses do seu país (como no caso do bloqueio à importação de petróleo, que tem uma exceção para importação terrestre, precisamente a que mais interessa aos húngaros).
Neste programa, Pedro Cordeiro e Ana França explicam também como o atual conflito a Leste mudou os alinhamentos e alianças habituais entre vários dos Estados da União Europeia desta parte do continente - sobretudo por causa da posição claramente anti-russa da Polónia.
A guerra é na Ucrânia, mas os efeitos fazem sentir-se em muitos outros países. O novo podcast do Expresso olha para Leste: da Polónia ao Cazaquistão, do Báltico à China. Todas as semanas um episódio dedicado a um país. Bloco de Leste é um projeto de Martim Silva, diretor-adjunto do Expresso.
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