Orçamento do Estado

Orçamento para 2022. Ministro das Finanças entregou no parlamento proposta do Governo às 23h38

João Leão tem para resolver efeitos da legislação criada pelo Governo de Passos Coelho
João Leão tem para resolver efeitos da legislação criada pelo Governo de Passos Coelho
António Pedro Ferreira

No último dia do prazo para a entrega da proposta de Orçamento, João Leão entrou no parlamento pouco depois das 23h30 e foi logo a seguir recebido pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues

O ministro das Finanças entregou esta terça-feira no parlamento, às 23h38, a proposta de Orçamento para 2022, a sexta de executivos socialistas liderados por António Costa e que será votada na generalidade no próximo dia 27.

No último dia do prazo para a entrega da proposta de Orçamento, João Leão entrou no parlamento pouco depois das 23h30 e foi logo a seguir recebido pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues.

Acompanharam o ministro de Estado e das Finanças neste ato de entrega do Orçamento os secretários de Estado Duarte Cordeiro (Assuntos Parlamentares), António Mendonça Mendes (Adjunto e dos Assuntos Fiscais), Claudia Joaquim (Orçamento), João Nuno Mendes (Finanças) Miguel Cruz (Tesouro).

João Leão apresenta em conferência de imprensa, na terça-feira de manhã, a proposta de Orçamento do Estado para 2022, diploma que foi aprovado após um Conselho de Ministros que se iniciou às 09:30 de sexta-feira e que se prolongou até às 02:00 de sábado.

Na quarta-feira, após o Governo ter recebido os partidos com representação parlamentar, ficou a saber-se que a proposta de Orçamento para o próximo ano prevê um crescimento de 5,5% (4,6% este ano) e um défice de 3,2% - aqui, um valor idêntico ao que foi inscrito no Programa de Estabilidade.

A proposta do Governo de Orçamento para 2022 prevê ainda uma ligeira redução do desemprego para 6,5%, devendo fixar-se nos 6,8% no final de 2021, uma descida da dívida para os 123% do PIB (Produto Interno Bruto) e uma inflação de 0,9%.

Em linha com esta projeção de inflação, o Governo já manifestou a intenção aos sindicatos de aumentar os salários dos trabalhadores da administração pública em 0,9 no próximo ano.

Pela parte do executivo, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendes, salientou que se procedeu a uma revisão em alta do cenário macroeconómico e que, no agregado de 2021 e 2022, Portugal recuperará os níveis de riqueza pré-pandemia no próximo ano.

Em relação às prioridades orçamentais para 2022, o primeiro-ministro, António Costa, já avançou a possibilidade de o Governo avançar com um desdobramento dos terceiro e sexto escalões do IRS, com um reforço do impacto financeiro do IRS jovem, prolongando-o de três para cinco anos, e com medidas de caráter social sobretudo destinadas ao combate à pobreza infantil, designadamente através do aumento do abono de família para os cidadãos com menores rendimentos.

Para as empresas, o executivo prepara-se para acabar com o pagamento especial por conta em sede de IRC e hoje o primeiro-ministro anunciou um "novo incentivo fiscal" destinado à recuperação das empresas.

"O Orçamento prevê um novo incentivo fiscal à recuperação de forma a dar um apoio suplementar às empresas para poderem investir. É um forte incentivo para que investiam no sentido da recuperação e da sua capitalização", afirmou António Costa.

Em termos de política de rendimentos, nos últimos dias o executivo sinalizou a possibilidade de voltar a proceder a um aumento extraordinário das pensões mais baixas -- medida que deverá surgir por proposta do PCP.

Por sua vez, no plano político, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, afirmou que as negociações para a viabilização da proposta de Orçamento entre Governo, PCP, PEV, Bloco de Esquerda, PAN e deputadas não inscritas vai prolongar-se até ao momento da votação deste diploma na generalidade, ou seja, até ao dia 27 deste mês.

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