Orçamento do Estado

Leão "otimista" diz que OE é de "investimento" e não vê razões para chumbo à esquerda

O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, na apresentação do Orçamento do Estado do ano passado
O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, na apresentação do Orçamento do Estado do ano passado
Getty Images

O ministro das Finanças diz que o Orçamento do Estado que apresentou é de "investimento" e que ainda tem "abertura" para negociar com os partidos à esquerda.

Leão "otimista" diz que OE é de "investimento" e não vê razões para chumbo à esquerda

Liliana Valente

Coordenadora de Política

Para o ministro das Finanças, não há razão para que o Orçamento do Estado para 2022, que entregou quase em cima da hora, não seja aprovado na Assembleia da República. João Leão repetiu por várias vezes que este é um orçamento "bom para Portugal" e para os portugueses, mas que tem "abertura" para a negociação com os partidos à sua esquerda, sem especificar a margem que tem.

"Não vemos como não será aprovado um orçamento que é bom para o país", disse depois de entregar a pen com o Orçamento a Eduardo Ferro Rodrigues. Deixa no entanto o aviso de que é preciso "responsabilidade" e "fazer escolhas" e que a sua linha não porá em causa a "sustentabilidade futura" nem as "contas certas".

João Leão reforçou a ideia que este é um orçamento "de negociação" tanto "dentro do Governo como com os partidos", mas não respondeu a perguntas sobre as dificuldades dentro do Governo no que toca ao processo de negociação. Mais explicações, disse, serão dadas em conferência de imprensa esta terça-feira no Terreiro do Paço.

Mas para já há uma qualificação da proposta de Orçamento agora entregue. Disse João Leão que é um "orçamento centrado na recuperação do país" e que prevê "mais investimento público e privado": "É o orçamento do investimento", disse.

No campo das medidas prometeu um "desagravamento fiscal das classes médias, famílias com filhos e aos mais jovens" e uma "aposta no SNS", mas que "não deixa de ter em consideração os grandes desafios do ponto de vista estratégico", nomeadamente o combate às alterações climáticas e a transição digital.

Nas palavras de Leão há uma tentativa de mostrar que este será um orçamento expansionista, o argumento é que as contas o permitem. "Olhamos para o futuro com mais optimismo", disse aos jornalistas. Isto porque a previsão é de um crescimento económico de 10% no conjunto dos dois anos (2021 e 2022) ultrapassando assim os valores alcançados antes da pandemia. Tudo apesar de ter sido "um ano muito difícil para todos", começou por dizer, referindo-se não só ao que foi feito para que Portugal seja hoje o país com a vacinação mais avançada, mas também ao facto de os "apoios massivos" terem conseguido aguentar a capacidade produtiva do país, argumentou.

A proposta do Governo foi assim entregue em cima da hora, mas ainda será alterada em toda a discussão que agora começa.

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