Daniel Oliveira

Maldita ideologia

29 junho 2019 0:01

Um dos momentos em que a ‘geringonça’ fez mais sentido foi quando o Governo conseguiu moralizar a relação do Estado com os colégios que tinham contratos de associação e exigiam continuar a receber subsídio estatal, mesmo existindo vagas nas escolas públicas ao lado. Não fez sentido por ser uma cruzada contra o sector privado, mas porque contrariava a ideia de que a esquerda não faz reformas para proteger os recursos públicos. A disputa não era apenas pragmática. Baseava-se numa divergência profunda: se o Estado deve ser prestador dos serviços públicos fundamentais ou apenas seu financiador. Não é por diletantismo que há milhões de páginas escritas sobre o tema. Quem acha que uma empresa e o Estado olham para um estudante ou para um doente de forma diferente tem uma posição, quem acha que o mercado é um bom critério de serviço público tem outra. Mesmo que depois, entre o preto e o branco, sobrevivam muitos cinzentos. Não é um fetiche ideológico. Molda as políticas públicas. E é por isso que as PPP são relevantes na Lei de Bases de Saúde.

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