São tantos os sinais de alarme com o crescimento da extrema-direita que é provável que no domingo até haja um alívio. E de alívio em alívio eles lá vão crescendo. Como nos anos 30, o crescimento da extrema-direita resulta de uma incapacidade das democracias liberais reagirem a uma crise do capitalismo e a um mal-estar social crescente. Se é daí que vem o problema é aí que está a solução. E para dar essa resposta é necessário debate e dissenso sobre o caminho a seguir. Esse é o verdadeiro combustível da democracia. O combate à extrema-direita não pode corresponder a um acantonamento dos democratas num bloco único. Uma coisa é estarmos unidos na defesa dos direitos humanos e e do Estado de direito. A resposta à crise dos refugiados provou que não estamos. Outra, é afunilar as opções dentro do campo democrático. Para a democracia sobreviver ela tem de comportar, entre os que a defendem, alternativas políticas distintas. Quando democratas se combatem entre si para responderem às necessidades das pessoas não enfraquecem a democracia, reforçam-na. E o primeiro passo para isolar a extrema-direita é acabar com esta estúpida mania de atirar todos os que criticam esta União Europeia, incluindo os que o fazem com argumentos democráticos, para o campo do “populismo”. Estão a empurrar aliados para os braços do inimigo. Pode-se ser eurocético e democrata. Até se pode ser eurocético porque se é democrata.
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